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Em 2004, a revista i-D magazine revelou que, Björk e os integrantes da banda Sigur Ros, embora fossem do mesmo lugar e admirassem o trabalho um do outro, ainda nem se conheciam. Eles acabaram concordando em participar desta entrevista por este motivo. O encontro aconteceu em Reykjavik, e segundo o jornalista responsável pela matéria, eles andaram embriagados por lá, indo até mesmo a uma festa em que a islandesa tocou canções de Justin Timberlake em seu DJset, e ainda rolou uma apresentação com todos ali presentes. Coisa linda de se imaginar, né... O relato a seguir se trata de uma conversa que aconteceu naquela manhã:

i-D: Então vocês não se conheciam?
   
Björk: Acho que temos amigos em comum, certo? Aqui todo mundo se conhece porque é uma cidade pequena.  
Jónsi: Todos nós vivemos muito juntos.  
Kjartan: Nos vemos nas festas que rolam por aí.

i-D: Todos vocês ainda vivem na Islândia?  

Björk: Atualmente, eu me divido entre estar aqui e em Nova York. Por exemplo, no ano passado, eu fiquei sete meses aqui e cinco lá. Isso depende da situação, porque meu filho vai para a escola aqui.
Kjartan: A Islândia é muito legal. Eu não vivi em nenhum outro lugar do mundo, então não sei como fazer qualquer tipo de comparação, mas crescemos no campo no meio de cavalos e coisas assim.
 
i-D: Qual o impacto que a Björk teve na vida de vocês enquanto estavam crescendo?
 
Jónsi: Ela sempre foi muito estranha... Uma grávida, dançando por aí, muito estranha. (risos)  
Björk: As coisas não mudam, né? Oi!? A noite do Oscar...

i-D: Você teve um sentimento meio maternal sobre as bandas que saem daqui da Islândia?  

Björk: Definitivamente, eu fiquei meio sentimental quando li sobre eles. Me senti como se fosse sua tia velha ou algo assim. 
Kjartan: Acho que somos pessoas muito orgulhosas umas das outras.

i-D: A Islândia foi uma inspiração direta para o processo de composição do seu novo álbum?
 
Björk: Acho que minha cabeça está meio que entre a Islândia e Nova York, então eu escapei e fui para uma ilha, onde nem mesmo os turistas vão. É um lugar muito pequeno, e tem um cara que vive lá e ele apenas montou um estúdio em sua sala de estar, então fui até lá, e basicamente andei muito. Eu não sei por que tenho essa necessidade de caminhar quando escrevo.

i-D: Você foi sozinha?

Björk: Fui com o meu engenheiro de som. 
Jónsi: Você ainda tem aquele seu pequeno gravador que você costumava usar para escrever? Suas letras... você costuma escrevê-las?

Björk: Geralmente eu me lembro delas. O gravador é para quando você está realmente ocupado fazendo outras coisas estúpidas, mas dessa forma eu sinto que meio que polui a ideia original de alguma forma. Se eu usar um desses, acaba sendo o que está na fita que sairá diretamente no álbum. 

Kjartan: Você acha que polui a ideia se você a escrever em algum lugar? Eu acho que é bom porque assim você pode se distanciar, deixá-la descansar, se esquecer completamente dela, e então, depois olhá-la novamente.

Björk: Eu faço isso com instrumentos, mas não muito com a minha voz. 

Jónsi: Você canta melodias no gravador de voz? 
Björk: Às vezes sim. Você usa um também? 
Jónsi: Não, eu uso um gravador de fitas cassetes bem velho, e apenas toco as ideias no meu violão. 
Björk: Eu lembro quando eu fazia parte de um grupo, é diferente, porque todos estão escrevendo juntos. Então é bom ouvir novamente mais tarde, mas é diferente quando se trabalha sozinho. 
Jónsi: Gravamos algumas coisas recentemente, mas estamos trabalhando para melhorar nosso estúdio. Você já terminou seu novo álbum?
Björk: Só mais uns dez dias até que eu possa terminar de mixá-lo, mas na teoria eu já terminei, mas continuo com aquilo de "e se eu mudar isso?". Outro dia eu ouvi o álbum de vocês com o dançarino Merce Cunningham e achei realmente emocionante. Merce também me pediu para fazer uma música, e eu vi todos os shows dele. Quando a música se aproxima, toda a coisa da dança faz sentido. Às vezes, mesmo com os melhores compositores da Terra, você olha para as dançarinas e parece que elas estão perdidas, apenas andando em círculos, mas a música do espetáculo dele se tornou algo de uma espécie de mundo cósmico. Eu queria ter visto a colaboração de vocês. Existe algo inocente e espiritual na música de vocês que eu acho muito parecido com a de John Cage. Quando você lê os livros que ele também escreveu, é possível observar essa obsessão com receitas.
Jónsi: E cogumelos.

Björk: E também sobre como apenas viver a vida. Acho que vocês têm esse tipo de humor em sua música. você já pensou sobre essas coisas? 

Jónsi: Bom, ainda não tínhamos ouvido falar sobre ele, porque estávamos muito desinformados. Acabamos de pensar aqui que seria interessante compor músicas para dançar. 
Kjartan: Nós também não havíamos investigado, não vimos com quem ele já tinha trabalhado ou alguma coisa assim. 
Björk: Às vezes com colaborações, é bom que não tragam nenhuma bagagem, especialmente "bagagem cerebral". Com minhas colaborações favoritas, eu não conhecia nada, era algo bem puro e eu acreditava que alguma fusão aconteceria. Acho que é melhor assim, caso contrário, se torna algo muito calculado. 

i-D: Qual foi a sua colaboração favorita?

Björk: Isso é difícil de dizer. 
Jónsi: Você fez alguma coisa com John Tavener recentemente, né?
Björk: Ah, aquilo foi ótimo! Eu sempre escrevi minhas próprias melodias, e John já tinha ouvido meus discos e depois escreveu algo que se adequava ao meu alcance, fiquei realmente tocada.

Kjartan: Será lançado? 
Björk: Talvez eu libere em outro momento. Estou um pouco tímida sobre isso. 
Kjartan: Eu o acho ótimo, e realmente gosto de seu trabalho. 
Björk: Ele é incrível! Ele tem uma doença que está relacionada ao seu coração, onde seus ossos nunca param de crescer. Não consigo lembrar como que chamam, mas enfim,  seus dedos são muito longos, ele tem o cabelo muito comprido, e sempre usa um terno branco. Os médicos disseram que ele morreria em cinco ou dez anos, e ele já passou muito do tempo que haviam lhe dado, e vive todos os dias como se fosse o último, e está obcecado com vinho. Quando eu o conheci, fiquei muito tímida e ele pegou uma garrafa de vinho, a quebrou na mesa e disse: "então, o que você acha da morte?" (risos) "qual é a sua música favorita, qual foi o maior amor da sua vida?". Aí foi impossível não ficar muito bêbada com ele e, algumas horas depois, ele estava tocando "Sound of Music" e "My Fair Lady" no piano, pedindo a todos que se juntassem. 


i-D: Você cantou com todo mundo?

Björk: Vamos lá, você finge toda a sua vida que não conhece essas músicas,
mas é claro que sabe! (risos) 
Kjartan: Esse é o tipo de música que você realmente conhece a letra. (risos)

i-D: Com quem vocês gostariam de colaborar?
 
Kjartan: Para nós, é muito difícil colaborar com alguém, porque tocamos juntos desde que éramos adolescentes, não estamos acostumados a "brincar" com mais ninguém. 
Jónsi: E nunca conversamos muito sobre isso. Talvez possamos fazer algo juntos? 
Björk: Eu gostaria disso, esse é o tipo de coisa que falamos quando estamos bêbados. (risos)

i-D: Que músicas têm lhes inspirado no momento?
 
Björk: Estou bastante inspirada pelo o meu iPod. O modo aleatório é a grande coisa do momento para mim. Eu tenho canções de Missy Elliott, Peaches e John Cage. Na verdade, não são exatamente as músicas, mas sim o que está entre elas. (risos)
Jónsi: Estou apenas ouvindo duas músicas no momento. São as únicas músicas no meu computador. Eu apaguei todo o resto.
Björk: Quando fiz meu último álbum (Vespertine), só ouvi "microbatidas" por uns três anos. Nada mais! Todos os meus amigos estavam realmente preocupados comigo. Agora, tudo o que ouço são vocais, qualquer coisa vocal, de yodelling a coros gregos, e hip hop, qualquer coisa vocal. 
Jónsi: O seu disco é apenas formado por vocais? Apenas você e um coro?
Björk: Sim, eu tenho gravado com um monte de gente fazendo vocais, então eu pedi a uma pessoa para fazer uma linha de baixo, outro para fazer tambores, tem sido engraçado. Alguns ficaram realmente um lixo. 
Kjartan: Uma vez, quando eu e Jónsi estávamos no estúdio, gravamos algo assim. Foi muito engraçado! 
Björk: Eu conheci uma garota que vive no norte do Canadá em uma cidade com apenas 200 pessoas, e ela inventou seu próprio estilo de canto. Ela é como Edith Piaf ou algo assim. Totalmente emocional, então eu consegui fazer batidas para algumas músicas com a voz dela. Foi divertido!

i-D: Seu visual é uma parte importante do seu trabalho. Você gosta de fazer sessões de fotos?
 
Björk: Eu não acho que eu goste disso até hoje. É mais sobre tentar reunir as melhores ideias para que seja suportável.
Jónsi: Bom, nós somos realmente ruins! 
Kjartan: Eu acho que o melhor foi quando vestimos fantasias de diabo. O pior é quando você tem que ficar de pé na rua e ficar lá tipo: "sorrindo sem sorrir".  
Björk: Eu acho legal quando você começa um relacionamento com um fotógrafo. É quase como fazer uma música com alguém. 
Jónsi: Você se sente quase relaxado trabalhando com a mesma pessoa.

i-D: Você já planejou os visuais de seu próximo álbum?
 
Björk: Mais ou menos. Eu preciso primeiro terminar a parte da música. Desta vez, não tenho certeza se vou fazer vídeos. 
Jónsi: Você deveria! É um bom meio de divulgação, pode ser realmente poderoso.

i-D: Como foi ganhar aquele prêmio da MTV?
 
Kjartan: Eu estava muito muito bêbado. O melhor de tudo foi conhecer Beyoncé!
 
i-D: Como foi com a Beyoncé? Ela conhecia Sigur Rós?
 
Kjartan: Provavelmente não. Eu acendi um cigarro e ela disse 'oh, você é fumante' e então virou-se e se mandou. 
Jónsi: Achei engraçado termos ganhado um prêmio da MTV quando na verdade quase nunca passavam nossos vídeos lá.
Björk: Entrei no google, digitei Sigur Rós e baixei tudo em dez segundos. É tão fácil agora!

i-D: Como você se sente sobre o atual estado da indústria da música, que agora está com essa nova forma de download?

Björk: Acho que a estrutura da indústria do entretenimento tem dez andares cheios de pessoas fazendo algo que só precisaria de cinco. Todas essas pessoas estão perdendo seus empregos, e existem outras que não se importam mais, então isso quer dizer que não vou ganhar muito dinheiro? Está tudo bem porque eu quero fazer música. As pessoas que se importam com a música não vão partir. Você está fazendo isso porque ama música. 
Jónsi: Existem tantas pessoas de dinheiro nessas empresas que não sabem de nada. Somos sortudos. Nunca sofremos pressão para fazer algo comercial. 
Kjartan: As pessoas sabem o que estão consumindo. As vendas dos nossos discos estão aumentando, então eu não acho que o download está afetando tanto quanto pensamos. 
Jónsi: Se você realmente gosta de algo, é claro que vai até a loja de discos para comprar porque deseja ter em sua coleção. 
Björk: As pessoas pensavam que os cinemas fechariam quando todos começaram a comprar aparelhos de VHS. As pessoas precisam de música e isso não vai mudar. 
  
i-D: Você já se preocupou alguma vez com a perda de inspiração para fazer música?
 
Kjartan: Sempre há algo. 
Jónsi: Quando estou sozinho, é mais difícil terminar as coisas. É por isso que o trabalho com as pessoas certas é tão importante. 
Björk: Mesmo agora fazendo 90% do meu álbum por conta própria, nos últimos 10% eu tive que me comunicar com alguém ou simplesmente se torna uma doença estranha ou algo assim. Neste último mês em Nova York, recebi um cantor de música clássica e um outro cara que trabalhava com batidas, e de repente tudo se tornou tão saudável. Apenas um tempo para conversar. Pareço ter tão pouco tempo para tantas ideias que quero por em prática. Por enquanto ainda não tenho medo de perder minhas inspirações. Estou mais preocupada com o tempo, algo do tipo "como diabos eu vou terminar tudo isso?" 

i-D: Qual dos seus videoclipes te deixa mais orgulhosa?
 
Björk: Eu procuro não olhar dessa forma. Acho que é mais sobre as pessoas com quem eu trabalho. Como fiz seis vídeos com Michel Gondry, o que é muito... Michel é realmente possessivo, ele me odeia por trabalhar com outros diretores. Ele me liga e me ameaça. Nestes momentos em que ele é realmente um neurótico por começar a se preocupar tanto, se parece quase como Woody Allen. Aí preciso dizer: "Está tudo bem, você não tem câncer". Ele é uma pessoa muito doce. Eu também fiz alguns com Chris Cunningham e Spike Jonze, talvez esses três caras estejam entre os meus favoritos, pois são pessoas com as quais ainda mantenho contato. 
Jónsi: Quando vi o seu vídeo do robô com Chris Cunningham, fiquei arrepiado! 
Björk: Sim, ele é fantástico! Floria Sigismondi também é incrível, né? Ela realmente me apresentou aos meus melhores amigos em Nova York. Eu ando com eles o tempo todo. É culpa dela!

i-D: O que você acha da cena musical de lá?

Björk: Quando me mudei para NY em 2000, tinha um lugar que só tocava esse tipo de música electroclash. É divertido para sair para beber e dançar, mas para mim, entrar no estúdio e fazer algo assim não é criativo, é muito retrô. Mas, novamente, acho que algo bom pode sai daí, certo? Como a Peaches, ela é a melhor. Eu lembro quando a coisa da dança estava acontecendo e sempre ouvíamos no rádio várias versões "caseiras" de músicas antigas.
Jónsi: Deve ser bem divertido para dançar! 

Björk: Sim, tem muita energia! Esse tipo de música foi totalmente subestimado pelas pessoas da minha geração. Poderíamos tocar algumas músicas depois da meia-noite. Sigur Rós poderia fazer um cover de Vienna. 
Kjartan: ou OMD. 
Björk: Eles têm o mesmo elemento celestial que a sua música. (risos). Eu estava obcecada com um cantor japonês. Ele é um estudante que trabalha em um estúdio de ensaios no Japão. Ele iniciou um site para fazer versões acapella de instrumentos de músicas de outras pessoas como Slayer e Stevie Wonder. Eu peguei ele para cantar em uma das minhas novas canções!

i-D: Onde você encontra todos esses loucos?
 
Björk: Estou sempre procurando em sites de acapella online.

i-D: Você acha que algum dia vai voltar para a Islândia?

Björk: Eu meio que sinto que nunca a deixei. Quando eu estava viajando com os Sugarcubes, eu passava metade do meu tempo aqui, então ainda é assim.
Jónsi: É muito bom fugir daqui e conhecer novas pessoas, pois é um lugar muito pequeno. 
Björk: Sim, eu converso sobre isso com amigos que vivem aqui o tempo todo. Eles tem vontade de ir embora pelo menos quatro vezes por ano. 
Kjartan: Você realmente precisa, especialmente em janeiro. A escuridão é demais. Na verdade, é mais escuro em dezembro, mas em janeiro você está tão cansado disso. O dia mais curto é de três horas.
Björk: É interessante, eu estava no Brasil neste verão para passar o Carnaval. As pessoas passam o ano inteiro fazendo seus trajes, então em março eles ficam com essa depressão pós-carnaval. Nós da Islândia ficamos assim depois do Natal! Enfim, quando acaba, todos ficam lá com seus figurinos rasgados, deitados na cama. Eu realmente recomendo o carnaval. Eu fui a uma cidade chamada Salvador. Não é tão comercial, como o lado "drag queen" e "Ricky Martin" do Rio de Janeiro. Em Salvador você vê mulheres negras de 70 anos com roupas feitas de papel alumínio, e elas estão muito conectadas com a bateria. Eu adoraria ir novamente, mas é muito quente para pessoas islandesas.



Jónsi: Nós já fomos ao Brasil uma vez, mas eu quase tive uma insolação. (risos) Eu realmente gosto do calor. Eu adoro ficar suado porque isso nunca acontece na Islândia. Aqui é tão seco, eu estava meio que vestido com o meu pijama correndo pela praia e uns dois dias depois eu me senti realmente muito mal. Nós fizemos dois shows e, durante o segundo, parecia que eu ia entrar em coma ou algo assim, e então todas as músicas pareciam longas e difíceis de tocar. (risos) Minha visão estava toda borrada, eu gostei disso.
Kjartan: É muito bom ir a todos esses lugares.
Jónsi: Sim, é quando temos que aprender a fazer turismo, e como tratar nosso corpo. Você está ansiosa para fazer shows novamente? 
Björk: Sim, eu estou. Quando se é um músico e você está viajando, isso interrompe o processo de composição, então, por eu ter feito duas turnês seguidas, "Vespertine" e "Greatest Hits", vou me recompensar e fazer dois álbuns consecutivos, e experimentar isso pela primeira vez apenas para ver como funciona, porque sempre é a mesma coisa: começo a fazer álbum, aí finalizo, inicio o processo de mixagem, e em seguida após terminá-lo, saio em turnê, e aí me pergunto: "e se eu tivesse ficado em casa por mais um mês"? porque, às vezes, você faz as melhores coisas depois de mixar.
Jónsi: Ou então você termina um disco e aí quer tentar algo novo.

i-D: Como soa o novo álbum do Sigur Rós?
 
Kjartan: Nosso próximo álbum estará cheio de músicas pop, porque o último álbum foi tão pesado. 
Jónsi: Nunca o tocamos em shows porque era muito pesado para nós. 
Kjartan: Agora cada vez que começamos a escrever, tentamos nos sentir realmente felizes. 

i-D: E então, o que vem a seguir para todos vocês?

Björk: Vamos nos unir na cena 'barbershop'. É algo que precisa de ajuda. Nada de Sonar, nem Glastonbury.

Kjartan: Sim, vamos levá-la para a estrada! 
Björk: Será um evento enorme! 
Kjartan: Todos estarão fazendo isso. 
Björk: Não haverá mais alto-falantes, todos simplesmente estarão cantando. (imita o som de uma bateria) 
Kjartan: As pessoas não cantam tanto quanto costumavam, apenas karaokê. 
Björk: Minha família sempre canta! 
Jónsi: Quando as pessoas islandesas se juntam, têm que cantar músicas islandesas. 
Björk: Eu acho que as pessoas islandesas e irlandesas são realmente semelhantes, você conhece essa dança que veio da Espanha? A Macarena? Bem, era algo muito popular em todos os lugares, número um em todo o mundo, exceto na Irlanda e na Islândia, porque quando ficamos chateados, não queremos dançar assim (começa a dançar a macarena). 

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