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Em 2020, Björk iria passar pela Europa com a turnê Orchestral, que tinha estreia marcada para julho. Com a situação do Coronavírus, as apresentações foram remarcadas para junho de 2022. No entanto, agora teremos a chance de vê-la no palco alguns meses antes em sua terra natal, por uma causa super importante.
Hoje (27/06), ela anunciou quatro shows na Islândia. O país está reabrindo após um longo período de confinamento por causa da pandemia. Por isso, está permitida a presença da plateia. O projeto conta com a colaboração de Iceland Airwaves, RÚV, Harpa, Promote Iceland e Icelandair.
Para cada noite de espetáculo beneficente, serão setlists diferentes, cerca de 44 faixas, com coros, cordas, metais e flautas; a partir dos
arranjos criados pela artista. Ao lado dela, estarão vários de seus leais
colaboradores. Os lucros serão revertidos
ao Kvennaathvarfið, abrigo islandês que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica, a intenção é também arrecadar fundos para outras instituições como essa ao redor do mundo.
Será realizada uma transmissão ao vivo dos shows (cerca de 45min) no app Dice, as primeiras gravações profissionais liberadas de espetáculos de Björk desde a do filme da Biophilia Tour,
registrado em 2013 e lançado no ano seguinte. O valor de cada stream é 15 libras. Você pode adquiri-los clicando AQUI.
Leia a tradução do comunicado completo:
"Caros amigos islandeses, eu gostaria de convidá-los para alguns shows em que
honraremos aquelas pessoas que foram mais atingidas pelo coronavírus, o
movimento Black Lives Matter e os músicos islandeses com quem trabalhei ao
longo dos anos.
Gravei praticamente todos os meus álbuns com artistas locais: O
Homogenic com um octeto de cordas islandês, Medúlla com o coral misto Schola Cantorum, Volta com dez garotas que encontrei por toda
ilha e que fazem parte do Wonderbrass, tocando instrumentos;
Biophilia com o coral da igreja Langholt, Graduale Nobili; Vulnicura com um conjunto de cordas de quinze peças e Utopia com doze
flautistas que mais tarde formaram o septeto Viibra. Além disso, o show
Cornucopia contou com a presença do Hamrahlíð's Choir,
conduzido pela maestrina þorgerður ingólfsdóttir.
Foto: Ernir Eyjolfsson |
Me apresentei com as canções desses discos em todo o planeta, com a ajuda desses músicos. Juntos, são mais de cem pessoas! Quero celebrar todos esses grandes artistas que temos aqui na Islândia, quero comemorar o fato de estarmos saindo da quarentena de forma saudável e unidos. Por isso, realizarei concertos especiais no Harpa Concert Hall. A minha entrada na luta feminista, é para me gabar que quase todos esses arranjos são de minha autoria. Infelizmente, isso é algo que quase sempre é ignorado quando as mulheres são arranjadoras.
Os shows serão pela parte da tarde, às 17h, e também serão transmitidos ao vivo online.
Haverá uma opção disponível para doar para o
Abrigo de Mulheres da Islândia, que oferece apoio para mulheres de todas as origens na região. Aos que
comparecerem pessoalmente, após a apresentação, iremos comercializar comida
para arrecadar dinheiro para essa instituição. Os concertos serão acústicos, sem beats e instrumentos eletrônicos. Estarei
acompanhada da Orquestra Sinfônica da Islândia e alguns convidados.
Fotos: Divulgação |
Sinto que estamos passando por um momento extraordinário, horrível, mas que também é uma oportunidade de mudarmos verdadeiramente. Esse vírus nos ensinou que o que temos é o suficiente, que precisamos ajudar uns aos outros o quanto pudermos. O Black Lives Mater nos lembrou fortemente de examinar nossa própria conduta quanto ao racismo, o respeito, a compreensão e maior assistência aos refugiados que vêm para cá. É necessário que todos nós finalmente confrontemos o racismo, que aprendamos que as vidas das pessoas são mais importantes que o lucro, olhando para dentro de nós, para enxergarmos todos os nossos preconceitos e privilégios ocultos.
- Estou ansiosa para ver vocês. Vamos aprender juntos a sermos mais humildes. Transformar. Com grande amor, Björk".
Fotos: Divulgação |
Os espetáculos serão realizados no Harpa Concert Hall, em Reykjavík, no salão Eldborg (com 1.600 lugares).