"Levei muito tempo para encontrar um título para o álbum. Para mim, essa palavra (fossor) em forma masculina significa "aquele que escava a terra", o escavador. Eu sei que isso soa estranho, mas "Fossora" é a forma feminina disso.
Usamos essa palavra principalmente para coisas como fósseis; para pessoas que procuram fósseis; para animais que cavam na terra; para lagartos; para mamíferos ou aqueles que são chamados de animais fossoriais, que são os que têm uma grande garra com a qual cavam a terra.
E acho que, para mim, parecia unir o sentimento feliz que eu estava tendo em poder estar na Islândia por dois anos e realmente curtindo e relaxando com minha família ao meu lado, de alguma forma me firmando na terra.
Há duas músicas no álbum sobre minha mãe, "Sorrowful Soil" e "Ancestress". Ela faleceu há três anos! Então "Fossora" é também sobre o lado mais triste e mórbido de se cavar a terra. Dizer adeus aos nossos ancestrais, dizer adeus a uma mãe, que é algo que todos nós aparentemente temos que passar em algum momento de nossas vidas. Esse foi um tema muito novo para mim, foi uma surpresa.
Acredito que esse título fala daquela pessoa que está aninhada na terra com seus entes queridos, de uma forma muito feliz e desfrutando de todos os cogumelos, mas também fala sobre cavar a terra e preparar o ritual de despedida. É uma parte tão grande de nós como seres humanos. Sempre achamos que sabemos como vamos nos sentir, mas quando acontece, realmente não entendemos".
- As culturas ancestrais aqui na América do Norte e Central dizem que a dor, o que sentimos naquele momento, é provavelmente um dos momentos mais sábios que se pode alcançar em vida, porque o ego dorme. Ao perder algo tão grande em vida, nós não pensamos a partir do ego. A gente começa a pensar e agir com a certeza de que nada é para sempre, e que o que nos cerca deve ser apreciado, então, pelo menos por um momento, durante o período de luto, surgem novas maneiras de entender a vida e de explorar quem somos.
"Uau! Eu adorei isso, é lindo, eu realmente adorei! O ego dorme porque de alguma forma o colocamos em pausa".
- Björk em entrevista para WARP Magazine, 2022.