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Cocoon

Foto: Reprodução

Enquanto trabalhava em Dançando no Escuro na Dinamarca, Björk produzia Vespertine. Em um momento de folga em uma praia, a artista olhava para o oceano enquanto ouvia a música do produtor Thomas Knak. Quando ela soube que ele era de Copenhague, ligou imediatamente propondo que trabalhassem juntos em uma nova canção:

"Ela realmente não tinha nenhuma noção de tempo e provavelmente não sabia que eu estava dormindo quando me ligou explicando sobre uma melodia que estava em sua cabeça". Ele gostou da ideia dada pela islandesa e começou a trabalhar no instrumental assim que desligou o telefone. O desejo de Björk era que não precisassem editar takes diferentes com várias gravações, e assim deveriam encontrar um único que fosse perfeito, para dar a sensação ainda maior de que a música é íntima e pessoal, principalmente por causa da letra, que fala sobre fazer amor.

"Parte de mim queria ser sincera sobre o que realmente me motiva (...) Quero encontrar o coração dos livros que leio, dos filmes que vejo e/ou dos álbuns que escuto. Sou alguém muito emocional, não quero que ninguém saiba, quero manter as coisas para mim.

A letra de Cocoon era um diário inteiro, então eu tive que editar 90% disso. É muito difícil de explicar, mas agora quando outras pessoas escutam não me sinto invadida ou qualquer outra coisa assim. Acho que tem canções que fiquei mais despreocupada com o que estou expressando. Tenho um problema com a música em geral que é muito indulgente: "Mantenha sua própria roupa suja para você, por favor".

A batida dessa música foi feita em um sintetizador (...) E o bom disso é que estamos confrontando a ideia de que a tecnologia é algo frio e que é muito calculada, e blá, blá, blá. Então, quando se usa a tecnologia em áreas onde o som parece estar com defeito, entramos em uma zona de mistério onde não se pode controlá-la. Daí é possível pegar uma faca, arranhar um CD, colocá-lo para tocar e tirar um som disso. Nunca se sabe o que vai acontecer. A mesma coisa acontece com guitarristas. Quero dizer, 34 anos atrás, Jimi Hendrix ou Pete Townshend faziam todo aquele som distorcer, e os amplificadores desse instrumento não foram feitos para soarem assim, mas eles foram contra os idealizadores, o que é bem selvagem como a natureza, sabe. Um som cru. Acredito que seja possível encontrar isso em qualquer coisa se a gente apenas tiver vontade".

No videoclipe, Björk usa um macacão/bodysuit branco bem justo, que com a edição deu a impressão de que ela estava nua, até ser envolvida por um casulo.

Fontes: New Musical Express, CDNOW, Record Collector, NME. 

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