Em 2017, Björk respondeu perguntas de alguns artistas para DAZED, incluindo uma enviada por Mitski:
M: Quanta confiança você deposita no seu público e o quanto eles importam para você quando está se apresentando ao vivo? Às vezes, quando performo e é óbvio que a plateia está lá apenas para festejar, sinto que existe um muro entre mim e eles, e acabo tendo crises existenciais sobre isso. Eu sei que muito disso tem a ver com o ego, mas quando você pegou um avião para ir até lá e não tem dormido bem há dias, e então faz um show onde nada parece se conectar, é fácil imaginar o que e para quem exatamente você está se apresentando.
B: Hmm... Eu acho que é por isso que sempre pedi para tocar cedo! Muitas das minhas músicas são lentas, então mesmo quando estou sendo a headliner de um festival, pergunto se posso me apresentar ao anoitecer. Eu verifico com antecedência a que horas o sol vai se pôr e tento começar meu set ao anoitecer, daí começa a ficar escuro no meio do caminho, então pego aquela "curva íngreme" e termino o show com as faixas de "techno mental" (mais agitadas). As primeiras músicas podem ser embaraçosamente lentas, mas meio que permitem que fiquem aqueles que conseguem encará-las e que estão lá para se concentrar, e os outros vão embora. Portanto, eu entendo você! O que é mais irritante para nós músicos são os telefones - pessoas que ficam mandando mensagens ou tirando fotos. Isso meio que quebra a magia!
Fotos: Alasdair McLellan / Ebru Yildiz.