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"Jóga tem uma das melhores performances vocais de Björk. Uma verdadeira declaração de amor para a Islândia, a canção é o "coração" de Homogenic e inclui um dos mais belos e arrebatadores arranjos da discografia da islandesa:
As primeiras ideias para a faixa surgiram enquanto a artista caminhava e admirava a paisagem de sua terra natal, um hábito que ela adquiriu ainda na infância:
"Provavelmente, é a mais violenta canção de amor que já escrevi. Eu ia ficar em Londres por alguns meses para gravar um álbum. Acabei fazendo dois discos e viajando pelo mundo. Nunca estive tão longe da Islândia, então quando comecei a me preparar para Homogenic, era meio óbvio que deveria ser um álbum de amor para a natureza da Islândia. Aprendi o suficiente sobre estúdios para criar música pop islandesa moderna, e não música islandesa que tentava ser inglesa ou americana.
Eu realmente tinha uma espécie de hino nacional em mente. Não o oficial, mas algumas canções islandesas clássicas, que possuem aquele jeito bem romântico e cheio de orgulho. Fiz algumas experiências com beats. Minha ideia era que o resultado se parecesse com sons de vulcões. O lado eletrônico é o ritmo, as batidas do coração. Os violinos são como uma atmosfera, o lado colorido".
A produção foi feita por Björk em colaboração com Mark Bell. Ela também é a responsável pelos arranjos de cordas. A gravação original foi conduzida por Eumir Deodato e eternizada pelo Icelandic String Octet. Na letra, ela contou com a ajuda do poeta e grande amigo Sjón. Essa música não só é uma homenagem à Islândia e o conforto que a natureza de lá oferece emocionalmente, como também para Jóga, uma das melhores amigas de Björk.
Videoclipe: Segundo François Nemetä, o assistente do diretor Michel Gondry na época, as cenas foram registradas com o uso de uma câmera 6x6. A captação feita com um equipamento 'Bolex' foi descartada, pois Gondry não ficou feliz com o resultado. Todo o material escolhido foi escaneado para pós-produção, que durou cerca de 1 mês. As gravações aconteceram entre 1º e 4 de agosto de 1997:
"Aqueles dias pareciam feriado, como estar de férias. Nossa equipe era muito pequena. A Björk viajou conosco na van. Ela indicou os lugares em que queria filmar. Dirigíamos por uma ou duas horas. A gente parava no local e Michel anotava a localização no mapa. Em seguida continuávamos explorando. Daí ele iria explicaria tudo ao piloto do helicóptero depois, para que chegassem até lá no dia seguinte. Eles até tentaram filmar em um avião pequeno, mas acho que foi mais fácil com o helicóptero.
A única coisa difícil foi o tempo. Estávamos esperando que o dia ficasse mais claro para decolarmos. Estava muito frio e era verão... Mas a chuva deu um aspecto cinzento ao clima. Björk fez a própria maquiagem na van.
Me lembro bem da cena na praia de areia preta. Andávamos ao redor dela gravando, enquanto ficava deitada lá fingindo dormir. E então entramos no helicóptero para fazer mais cenas. Em alguns momentos, aquelas "ondas frias" chegavam bem perto da Björk. E ela não deveria se mexer por cerca de meia hora. E não se mexeu. Sinceramente, essa garota é uma alienígena!".
Fontes: Record Collector, Director File, Out Magazine, site oficial, Mixmag, OOR, Much Music.