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Tem um trecho na última música do Vespertine, Unison, em que você diz: "Eu nunca pensei que fosse me comprometer". Sobre o que é isso?
"Essa é a única canção que eu achei um pouco auto-indulgente. Estou meio que
reclamando nela e não estou muito orgulhosa disso. Acho que é sobre quando eu
estava fazendo a trilha sonora do filme (Dançando no Escuro). Eu
escrevia e apresentava para eles, que ouviam e diziam: "Você consegue cortar
41 compassos?". Errr, não! Eu estava animada, me sentia pronta para ser muito
colaborativa. Compus isso no meio do filme quando já estava cansada de mudar
minhas músicas, porque uma pessoa dinamarquesa (Von Trier) pensava
alguma coisa".
E na parte: "Eu prospero melhor no estilo eremita
com uma barba e um cachimbo"?
"Eu queria dizer algo como: vamos nos comunicar, colaborar. Eu me manifesto,
sabe. Se eu não gosto de algo, eu digo, mas está tudo bem quando as pessoas
colaboram".
Mas você é a chefe dos seus álbuns, e Von Trier era o chefe do filme. Você não
acha que essa é a diferença: você gosta de colaborar, mas gosta de dar a
palavra final?
“Eu aprecio tudo isso, com certeza, e é por isso que me irrito comigo mesma
nessa música. Mas eu colaborei e, quando estou fazendo videoclipes, desisto de
todo o controle porque confio na outra pessoa".
Fonte: NME.