"Eu estava tão nervosa. Lembro que um amigo dela me disse: "Não se preocupe, ela faz isso o tempo todo!". Eu fiquei maravilhada com sua coragem e seu senso de abandono. No estúdio, eu não conseguia acompanhá-la, me sentia como um cãozinho perseguindo um cavalo. Era como estar ao lado de um vulcão". O relato está presente na edição de 16 de fevereiro da 'Uncut Magazine', que trouxe nossa islandesa na capa. Em meio a uma nova entrevista, a revista relembrou este e um depoimento de 1993, dado em um estúdio em Londres. Na ocasião, Björk lamentou como alguns de seus velhos amigos deixaram de ser destemidos: "As pessoas costumam ser realmente selvagens quando adolescentes, e depois pensam que se tornam seres convencionais, mas você tem que se reinventar todos os dias, você tem que reinventar todos os dias aquilo que é dito selvagem".
Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango...