Pular para o conteúdo principal

Há exatos 10 anos, Björk lançava "Volta"

Traduzido do artigo do fansite bjorkfr

Em 1° de maio de 2007, Björk lançava "Volta", seu 7° álbum solo de estúdio. O disco conta com 10 canções escritas e produzidas pela islandesa. Mark Bell, Timbaland e Anohni foram alguns de seus colaboradores. Levou dois anos para ficar pronto e foi gravado em Nova York, San Francisco, Reykjavik, Jamaica, Londres, Bélgica, Mali e em um barco entre Malta, a Gomera e a Tunísia. Em entrevistas da época sobre o título do projeto, a cantora declarou: "Pensei em chamá-lo de "Voodoo" ou "Voltage", mas ambas as palavras eram muito clichês. Eu gostei mais do som de "Volta". Apenas soa como energia. Estou sempre à procura de nomes que tenham isso. Normalmente, eles vem apenas, de um jornal ou algo assim. Eu vinha trabalhando no álbum há um ano e ainda não tinha nenhum nome. Eu sempre tentei escolher títulos do latim, mas aí pensei em "Volta". Não me lembro exatamente como isso surgiu, mas depois pesquisei e descobri que é o nome de um cientista na Itália que descobriu a bateria, e também de um rio na África, e um lago. Também existe uma dança que tem este nome. Tantas coisas que eu tinha como significado para esse título: dança, rio e bateria. Então pensei: ok, ele se encaixa".

Disponível em vinil, CD, streaming e download!

Conceito: "Eu só queria me divertir e fazer algo que é realmente enérgico e brincalhão. Trabalhei neste álbum impulsivamente. Eu não queria algo particularmente tão inteligente. Meus dois discos anteriores já tinham tido muito disso, e foram feitos no meu lar. Eu estava em casa, tinha o meu computador e a minha menina comigo. Quando comecei a trabalhar em "Volta", eu queria sair, ver o que mais estava acontecendo e provar novas experiências, tanto emocionais quanto musicais. É por isso que através deste álbum, tento explicar coisas que são muito básicas. Em certo sentido, "Wanderlust" é um manifesto, e reflete esta ideia de "vazamento", viver uma aventura, sem pensar muito".
 

Composição: "Nos últimos três meses de composição, o único quebra-cabeça que eu não tinha resolvido eram os ritmos. Eu experimentei bastante, mas acabei descartando muita coisa, e cada vez que se chegava em um material relevante, parecia algo pretensioso demais para este registro".

 

"Volta" é um filme de terror em quadrinhos: Eu sonho com o dia em que a natureza vai se revoltar! Penso muito sobre isso ao andar pelas ruas de Nova York vendo todos aqueles edifícios. É preciso que, finalmente, a gente admita que somos uma tribo que tem que viver com a natureza, esquecendo nossas reivindicações de civilização.



Visual: "Eu trabalhei com Bernard Wilhelm na concepção das roupas para a "Volta Tour", e nos reunimos várias vezes, e ele me mostrou este modelo e eu fiquei tipo: "Uau, nós temos que fazer isso. É absolutamente ridículo". O que eu estou usando [na capa] é de plástico. Ele nunca tinha feito isso antes, então encontrou algumas pessoas que pulverizam carros para a pintura. Foi uma viagem e tanto. Estou tão feliz que chegamos a exibi-lo no MoMA. Então pensamos qual tipo de fotógrafo seria bom em registrar algo assim. Nick Knight tornou tudo ainda mais poderoso. Para mim, era quase como duas pessoas no "Volta". Uma é o yang, o macho, e a outra, por Inez e Vinoodh [imagem abaixo], é a mulher, como o intestino da personagem, que é de um tipo de tribo inventada. A primeira coisa que eu sempre sei sobre os meus álbuns, são as cores, e isso chega muito cedo. É como resolver um mistério de um assassinato. Eu sabia que seria vermelho, azul e verde neon". 

DICA: Quer um poster gigante da capa do "Volta"? Baixe o arquivo e mande para a gráfica de sua preferência! Não esqueça de nos mostrar o resultado em nossa página oficial (;

Direção artística e design: M/M (Paris)
Escultura: Bernhard Willhelm
Fotografia: Nick Knight
Direção artística e de Fotografia: Inez+Vinoodh
  


MÚSICAS: Clique nos nomes das canções para assistir aos respectivos videoclipes ou performances!

Lançada como o primeiro single do álbum, "Earth Intruders": "Liricamente é provavelmente a música mais caótica que eu já escrevi, na questão de não fazer muito sentido. O objetivo é o caos. Eu não queria lógica".

"Wanderlust", lançada como o quarto single: "Este é o meu manifesto. Eu tinha escrito um diário inteiro com o que eu queria na canção, mas não deu muito certo. Então, Sjón me ajudou e voltou com algo totalmente diferente. Escolhi usar sua versão e a editei, incluindo minhas próprias 'linhas'. Demorou um pouco. É sobre esse espírito aventureiro no qual eu estava naquele momento. Mesmo agora, eu escreveria um outro tipo de hino".


"Dull Flame of Desire", quinto e último single de "Volta", e uma das duas parcerias com Anohni no álbum: "Nós já havíamos tentado cantar um monte de coisas. Éramos duas pessoas tentando não pisar nos dedos uma da outra. Houve um sentimento de fusão vocal tão forte, que em certas horas não sabíamos de quem era a voz de quem".


"Innocence", música que ganhou um vídeo colaborativo entre os fãs e foi o segundo single - A juventude desinibida fica ainda mais emocionante quando nos tornamos mais velhos. "Eu acho que é um aperto de mão, mas com medo. Quando se tem 19 anos, as coisas não entram facilmente na sua mente. Você é intocável. Mais tarde, fica como 'Uau, o que posso aprender com essa experiência?".

"I See Who You Are": Canção de ninar acolhedora, onde Björk fala suavemente com sua filha, imaginando toda a sua vida e além.

"Vertebrae By Vertebrae": Björk e seu talento como contadora de histórias!

"Pneumonia":  Björk compôs esta canção ao piano em uma única tomada, depois de assistir ao filme "O Labirinto do Fauno" e ter pneumonia por duas semanas.

"Hope": "Escrevo canções em um processo emocional. Obviamente, "Hope" trata-se de um tal evento traumático [uma grávida 'homem-bomba'], mas só achei muito engraçado cantar sobre isso em um ritmo".

"Declare Independence", lançada como o terceiro single: "Eu achei que até aqui as coisas no mundo ficariam bem, mas não é o caso. É hora de ir até o topo de uma montanha com uma bandeira e um trompete, e insistir pela justiça!".

Inspirada em suas próprias crianças, Björk compôs "My Juvenile", uma canção sobre um filho adolescente e a conversa que uma mãe tem com sua consciência. Mais uma incrível parceria com Anohni!

Capa do "Volta" na edição lançada na América Latina 

VOLTA TOUR: Björk veio ao Brasil em 2007 com a turnê do disco, assista ao show quase completo. A islandesa passou por Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. "Voltaïc" foi lançado como registro oficial do show, e inclui um DVD com uma apresentação filmada em Paris, um CD Ao Vivo no Olympic Studios, e outro com remixes das canções do álbum, além dos videoclipes das canções que foram singles.

Postagens mais visitadas deste blog

Debut, o primeiro álbum da carreira solo de Björk, completa 30 anos

Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango

Saiba tudo sobre as visitas de Björk ao Brasil

Relembre todas as passagens de Björk por terras brasileiras! Preparamos uma matéria detalhada e cheia de curiosidades: Foto: Reprodução (1987) Antes de vir nos visitar em turnê, a cantora foi capa de algumas revistas brasileiras sobre música, incluindo a extinta  Bizz,  edição de Dezembro de 1989 . A divulgação do trabalho dela por aqui, começou antes mesmo do grande sucesso e reconhecimento em carreira solo, ainda com o  Sugarcubes . 1996 - Post Tour: Arquivo: João Paulo Corrêa SETLIST:  Army of Me One Day The Modern Things Venus as a Boy You've Been Flirting Again Isobel Possibly Maybe I Go Humble Big Time Sensuality Hyperballad Human Behaviour The Anchor Song I Miss You Crying Violently Happy It's Oh So Quiet.  Em outubro de 1996, Björk finalmente desembarcou no Brasil , com shows marcados em São Paulo (12/10/96) e no Rio de Janeiro (13/10/96) , como parte do Free Jazz Festival . Fotos:  André Gardenberg, Folhapres

A história do vestido de cisne da Björk

20 anos! Em 25 de março de 2001 , Björk esteve no Shrine Auditorium , em Los Angeles, para a 73º edição do Oscar . Na ocasião, ela concorria ao prêmio de "Melhor Canção Original" por I've Seen It All , do filme Dancer in the Dark , lançado no ano anterior.  No tapete vermelho e durante a performance incrível da faixa, a islandesa apareceu com seu famoso "vestido de cisne". Questionada sobre o autor da peça, uma criação do  fashion   designer macedônio  Marjan Pejoski , disse: "Meu amigo fez para mim".    Mais tarde, ela repetiu o look na capa de Vespertine . Variações também foram usadas muitas vezes na turnê do disco, bem como em uma apresentação no Top of the Pops .  "Estou acostumada a ser mal interpretada. Não é importante para mim ser entendida. Acho que é bastante arrogante esperar que as pessoas nos compreendam. Talvez, tenha um lado meu que meus amigos saibam que outros desconhecidos não veem, na verdade sou uma pessoa bastante sensata. 

Björk responde pergunta enviada por Mitski

Em 2017, Björk respondeu perguntas de alguns artistas para DAZED , incluindo uma enviada por Mitski : M: Quanta confiança você deposita no seu público e o quanto eles importam para você quando está se apresentando ao vivo? Às vezes, quando performo e é óbvio que a plateia está lá apenas para festejar, sinto que existe um muro entre mim e eles, e acabo tendo crises existenciais sobre isso. Eu sei que muito disso tem a ver com o ego, mas quando você pegou um avião para ir até lá e não tem dormido bem há dias, e então faz um show onde nada parece se conectar, é fácil imaginar o que e para quem exatamente você está se apresentando. B: Hmm... Eu acho que é por isso que sempre pedi para tocar cedo! Muitas das minhas músicas são lentas, então mesmo quando estou sendo a headliner de um festival, pergunto se posso me apresentar ao anoitecer. Eu verifico com antecedência a que horas o sol vai se pôr e tento começar meu set ao anoitecer, daí começa a ficar escuro no meio do caminho, então peg

25 anos de Post - Conheça curiosidades sobre o álbum icônico de Björk

13 de junho de 1995: Há exatos 25 anos , era lançado Post , um dos trabalhos mais marcantes da carreira de Björk. Em comemoração a essa data especial, preparamos uma super matéria honrando a importância desse disco repleto de clássicos.  Para começar, conheça a história do álbum no documentário  dividido em dois episódios  na Websérie Björk . Os vídeos incluem imagens de bastidores, shows e diversas entrevistas detalhando a produção de Post e os acontecimentos daquela era. Tudo legendado em português !     Além disso, separamos vários depoimentos sobre as inspirações por trás das canções e videoclipes do álbum:  1. Army of Me: "Algumas das minhas melodias são muito difíceis para que outras pessoas possam cantar, mesmo que não envolvam técnicas específicas. Essa talvez é a única das minhas músicas que escapa desse 'padrão'. Me lembro de que, quando a escrevi, tentei ter um certo distanciamento. Meu irmão mais novo est