Em entrevista ao site IcelandMusicExport, a jornalista, escritora e editora freelancer Emily Mackay falou sobre o livro que escreveu em homenagem ao "Homogenic", o álbum icônico de Björk que completará 20 anos em Setembro! Segundo a autora, uma de suas lembranças favoritas, foi ser conduzida pela islandesa por Reykjavík em seu próprio Landrover.
Confira alguns trechos do livro:
Nos últimos anos, a arte de Björk tornou-se cada vez mais respeitada e ambiciosa. Com
o lançamento de seu álbum/aplicativo "Biophilia" (2011) e uma enorme
retrospectiva no Museu de Arte Moderna de Nova York,
que coincidiu com o lançamento de seu mais recente álbum, "Vulnicura" (2015), seu status
de autora artpop foi garantido. O
álbum que fez tudo isso possível, porém, foi "Homogenic" de 1997, uma virada na carreira da artista e ainda uma de suas melhores conquistas
musicais. Produzido
sob grande tensão, ele se move muito além da fúria estilística de "Debut" (1993) e do futuro urbano apresentado em "Post", para algo mais escuro, forte e
bravo, cheio de asserções dramáticas de independência, batidas afiadas,
gaguejantes, e explosões barulhentas. Foi este álbum que criou, como muito bem afirmou Alexander McQueen, uma nova Björk, que nunca mais deixaria de caçar.
A entrevista:
IMX: O que fez você decidir escrever um livro sobre "Homogenic"?
Emily: Publicar algo na série de livros 33⅓ é um sonho para a maioria dos
escritores de música, que querem falar sobre seus álbuns favoritos, apresentando teorias e entregando suas obsessões com o disco. A
minha escolha sempre seria fazer algo da Björk, embora eu até pudesse produzir sobre outro álbum, talvez o "Biophilia", que foi tão ambicioso, ou
"Medúlla", que é tão rico e subestimado, mas não tive como não escolher o "Homogenic", é o meu álbum favorito, que nunca ficará datado. Ele nunca está esgotado para mim.
IMX: Você teve alguma ajuda direta da grande mulher?
Emily: Não desta vez, embora eu já a tenha entrevistado antes. Björk
não está interessada na nostalgia no melhor dos tempos, e ela esteve
muito ocupada com a exposição de realidade virtual "Björk Digital" e a
turnê, isso sem mencionar o trabalho que ela vem desenvolvendo em seu novo álbum. Entretanto,
andei entrevistando muitas das outras pessoas envolvidas,
do estúdio Whis Markus Dravs, ao velho amigo e ocasionalmente
co-escritor Sjón até seus designers, Paul White e Alastair
Beattie. Se tudo sair como o planejado, eu a entrevistarei sobre o novo
álbum quando for lançado, e eu vou ter que resistir a pedir perguntas homogênicas...
IMX: O que este álbum significa para você?
Emily: Eu cresci ouvindo a música de Björk. Eu tinha 12 anos quando o "Debut" saiu
e, ela era
uma grande sensação na época em que apareceu em
revistas adolescentes. No momento em que o "Homogenic" foi lançado, eu tinha 16 anos, e acho que nunca mais me conectei tanto a um disco! Cresci no norte da Escócia, mas nesse tempo a minha família se mudou, e eu
era um peixe fora d'água, assim como Björk em Londres,
muitas vezes ridicularizada devido a minha origem, e por isso me identifiquei muito
fortemente com a autoafirmação implacável apresentada naquelas canções, exigindo ser levada a sério. "Homogenic" também possui uma melodia poderosa e graciosa... o melhor de todos os mundos.
IMX: O que os leitores podem esperar em aprender com o livro?
Emily: Aprenderão sobre o contexto dramático da criação do álbum, no auge da fama dos tabloides que perseguiam Björk. "Homogenic"
começou pouco antes do que aconteceu com aquele fã. Depois
de detalhar o contexto, outras questões sobre a construção do disco são aprofundadas.
IMX: Quanto tempo você levou para escrever este livro?
Emily: Um ano e meio. Passou
tanto incrivelmente rápido, quanto de forma devagar e agonizante.
IMX: Você pretende lançar mais algum livro sobre a música de Björk?
Emily: Este foi o meu primeiro livro, mas espero muito que não seja o meu último. Nada definitivo ou confirmado, mas posso sentir que definitivamente fui mordida por essa vontade.
O livro será lançado em Outubro e está em pré-venda. Garanta já a sua cópia!