O que vem depois de um grande desgosto?
Em nova entrevista ao "The New York Times", Björk explica que seu álbum "Utopia" é "uma carta de amor ao entusiasmo e ao otimismo". Em um bate-papo com um repórter, que aconteceu em seu apartamento no Brooklyn, ela revela que após escolher esse título para o novo trabalho e também durante a produção, leu extensivamente sobre o assunto em estudos acadêmicos e em histórias que aconteceram ao longo dos séculos, desde fábulas antigas até a ficção científica de Octavia E. Butler.
"A utopia passou por tudo, desde mosteiros até ilhas feministas, socialismo e "Peach Blossom Spring", disse ela, se referindo a um conto de uma comunidade isolada, que foi escrita no século V na China.
"A utopia passou por tudo, desde mosteiros até ilhas feministas, socialismo e "Peach Blossom Spring", disse ela, se referindo a um conto de uma comunidade isolada, que foi escrita no século V na China.
A artista tem estado ocupada. Recentemente, ela viajou com os últimos shows de sua turnê, enquanto a "Björk Digital", uma exposição itinerante de seus vídeos, incluindo os em realidade virtual, e seus aplicativos, que será expandida com as músicas de "Utopia", ganha mais datas pelo mundo.
Outros detalhes do projeto:
"Eu tentei tirar todos os lados possíveis das flautas, mudando-as de formas diferentes. Às vezes, usei 12 flautas, enquanto outras, apenas 6. Haviam vários tipos delas. Em algumas canções ou foram usadas com muitos efeitos ou realmente limpas".
Nós ficamos entre algumas igrejas em Reykjavik, tentando conseguir o som certo. Além disso, gravei muitas flautas na minha cabana perto de um lago, tentando criar este mundo onde você tem pessoas passando pela sua sala de estar, tocando flautas, cantando e fazendo batidas".
- Em "Blissing Me", ela canta sobre "dois nerds de música obsessivos" que se apaixonam ao "enviar arquivos em MP3 um para o outro".
- Em "Courtship", ela canta por cima de acordes construídos a partir de flautas.
Ainda há um ressentimento persistente e tristeza em músicas como a desafiante "Sue Me" e também em "Tabula Rasa". "Losss" tem uma melodia submetida a uma batida frenética.
Mas Björk queria que o álbum fosse como um olhar para o futuro...
"Vulnicura" foi o fim de um capítulo, e esse é o início de um novo".
Mas Björk queria que o álbum fosse como um olhar para o futuro...
"Vulnicura" foi o fim de um capítulo, e esse é o início de um novo".
O álbum é finalizado com "Future Forever", onde a voz de Björk parece flutuar em meio ao silêncio. Ela invoca uma visão matriarcal benigna no trecho:
"Imagine um futuro e entre nele. Sinta essa incrível criatividade, mergulhe. Seu passado é um loop, desligue-o".
A islandesa mais uma vez descreveu um ambiente de trabalho muito feliz durante a criação de "Utopia" citando a conexão com Arca: "Ele sabia o meu catálogo de canções inteiro melhor do que eu".
(...) Nós sentimos que poderíamos escrever 50 álbuns, porque era tão divertido. No começo, ficamos realmente surpresos porque a diferença entre as nossas gerações é muito grande, mas depois descobrimos que, filosoficamente, compartilhamos muitas coisas. E tem esse elemento otimista de celebração em nossas músicas que realmente gostamos. (...) Ele me mostrou novamente um lado de mim que eu provavelmente teria ignorado. Nós enviamos várias ideias um ao outro. Era como jogar com alguém. Eu expliquei para ele: "Se nós vamos nos unir como músicos, vamos tentar não fazer a coisa da estrutura de música normal, mas sim nos encontrarmos de forma muito mais instrumental. Vamos nos dar liberdade".
(...) Você passa por diferentes períodos durante a vida. Seria realmente bom se pudéssemos descobrir uma receita que funcionasse ao longo de nossa vida inteira. Mas, felizmente, ou infelizmente, dependendo de como você olha, a maioria das coisas não duram muito, e aí é preciso repensar, seja em algo prático, emocional, espiritual ou qualquer nível que tenha que ser.
Você deve sonhar. Você tem que dizer: "Oh, eu quero isso...", e, no início, pode parecer algo muito utópico, mas se metade se tornar real, já será muito bom. Mas é necessário inventar, tipo: "ok, o que eu quero fazer depois?".
Segundo o jornalista, essa entrevista foi feita em uma tarde de verão, que quando terminou, de repente escureceu e houve um estrondo de um trovão, e assim uma forte chuva começou. Björk teria sorrido ao ouvi-lo, dizendo: "Toda a tensão se quebrou".