Muitos creditam "Debut", principalmente pelo nome, como sendo o primeiro álbum de Björk, e de fato foi o primeiro e principal disco da islandesa a nível mundial, mas você sabia que 16 anos antes, em 18 de Dezembro de 1977, um álbum batizado com o nome da artista foi lançado apenas na Islândia quando ela tinha 12 anos?
Em 1976, Björk apareceu pela primeira vez na mídia em uma no rádio islandesa cantando o hit "I Love to Love" de Tina Charles.
Isso aconteceu através da escola de música que ela frequentava. A gravação chamou a atenção de uma gravadora local chamada Fálkinn, que também distribuía na Islândia os discos de artistas da EMI, Polygram e Island Records. Aliás, "Björk" é o lançamento mais famoso dessa gravadora que já não existe mais!
Após Björk assinar o contrato sob a supervisão de seus pais, as gravações aconteceram entre Agosto e Setembro de 1977 nos estúdios Hljóðriti, em Reykjavík.
Na verdade, algumas destas faixas tratam-se de covers traduzidos para o islandês, com sucessos de artistas como The Beatles ("The Fool on the Hill" - "Álfur Út Úr Hól"), Edgar Winter ("Alta Mira"), Melanie Safka ("Christopher Robin" - "Bænin") e Stevie Wonder ("Your Kiss Is Sweet" - "Búkolla"), além de algumas composições de Sævar Árnason (padrasto de Björk), Björgvin Hólm, Syreeta Wright, Björgvin Gíslason, Jóhann Helgason, Kolbrún Jónsdóttir e da própria Björk ("Jóhannes Kjarval") feitas especialmente para o álbum.
Curiosidades:
- "Jóhannes Kjarval" consiste em um instrumental de flauta (alô "Utopia") escrito e interpretado pela própria Björk. É tambem um tributo a um importante pintor islandês de mesmo nome, conhecido por suas pinturas que celebram a beleza das paisagens islandesas, e que morreu 5 anos antes do álbum ser lançado. Björk compôs essa canção em 1976, aos 11 anos de idade!
- Björk teve a chance de fazer um segundo álbum, mas recusou a proposta. Com o dinheiro que ganhou, comprou um piano e começou a compor suas próprias músicas. Queria fazer coisas da sua idade e do seu jeito! A fama não lhe interessava. Mais tarde, se juntou a uma série de bandas como o Tappi Tíkarrass e o inesquecível Sugarcubes.
- O álbum foi lançado em dois formatos, vinil e cassete, em edição bastante limitada e é raro fora da Islândia. Já pode comprar os direitos e disponibilizar para download e streaming, One Little Indian Records!
Confira fotos da Fita K7 original e extremamente rara de "Björk", disponibilizada em junho de 2004 por um morador da Islândia para o site '77island.bjork', (Ele diz ter comprado para ele mesmo na época e que seus filhos a ouviram durante anos) e mais abaixo uma cópia de um bootleg em vinil:
- Este disco é muito procurado por colecionadores e, às vezes, atinge preços bem altos em leilões online. "Björk" nunca foi lançado oficialmente em CD! Os que existem por aí são bootlegs/fan mades, e de tão bem feitos as pessoas geralmente os confundem com uma versão original.
Desde 2000, também existem versões em vinil colorido não oficiais que circulam entre os fãs ao redor do mundo. É possível identificar se o item é oficial pelo texto 'limitado a 1000 cópias' escrito na parte de trás do disco. O original não indica isso!
Desde 2000, também existem versões em vinil colorido não oficiais que circulam entre os fãs ao redor do mundo. É possível identificar se o item é oficial pelo texto 'limitado a 1000 cópias' escrito na parte de trás do disco. O original não indica isso!
- No encarte do álbum original, está escrito "Atla Mira" ao invés de "Alta Mira".
- A versão em islandês da canção de Stevie Wonder, "Your Kiss Is Sweet", se chama "Búkolla" e foi inspirada em um conto islandês chamado "Bùkolla e o menino" ("Búkolla og strákurinn").
- Hildur Hauksdóttir (mãe de Björk) teve a ideia da capa e assim a foto icônica foi registrada em um estúdio local de Reykjavík!
01. Arabadrengurinn (The Arab Boy)
02. Búkolla (Your Kiss Is Sweet)
03. Alta Mira
04. Jóhannes Kjarval (*composta por Björk Guðmundsdóttir)
05. Fúsi Hreindýr
06. Himnaför
07. Óliver
08. Álfur Út Úr Hól (The Fool on the Hill)
09. Músastiginn
10. Bænin (Christopher Robin)
"As músicas deste álbum são muito "felizes", um bom pop. Um tanto "chiclete" e meio "louco". Funcionam mais como canções infantis. Vendeu cerca de 7000 cópias, o que corresponde a um álbum de platina na Islândia. Eu usei o dinheiro que ganhei para comprar um piano. Foi logo depois que minha avó morreu. Para o funeral, toquei a primeira música que compus, que era sobre a morte dela. Essa foi a primeira vez que me senti muito orgulhosa de mim mesma".
Em outras entrevistas ao longo de sua carreira, Björk afirmou que aprendeu muito durante a produção deste álbum, principalmente no que diz respeito a como funciona um estúdio. Também comentou que algumas crianças da escola debochavam dela a chamando de "estranha" e "japonesa", além de a acusarem de ser esnobe por estar começando a ficar famosa, o que ela nega já que diz que era antissocial, o que mudou com o tempo.
Fonte:
77island.bjork.info