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Espiritualidade: Uma conversa entre Björk e Llewellyn Vaughan-Lee

Foto: Santiago Felipe

Em novembro de 2019, a Dazed divulgou um lindo bate-papo entre Björk e o místico sufi Llewelyn Vaughan-Lee. Os dois discutem processos criativos, espiritualidade e a natureza. A conversa inicialmente foi publicada no tourbook da turnê Cornucopia. Confira a tradução completa:

Björk: Algo ainda mais urgente atualmente é a ecologia espiritual, da qual você fala com tanta coragem, por onde começamos com as mudanças climáticas. Estou extremamente preocupada com a esperança e o bem-estar da espiritualidade de nossas jovens gerações. E como você bem menciona: "Também é preciso a responsabilidade espiritual". Você até sugere um reparo ecológico através da meditação, quando fala sobre nos reconectarmos com aquilo que é dito sagrado durante nossa criação: "Como vamos sair dos destroços desta civilização na qual nascemos, e que está morrendo?". 

Llewelyn Vaughan-Lee: Pelo o que você me diz, sinto que também ouviu "o clamor da Terra". A verdadeira necessidade do momento é como vamos responder a isso. Como podemos ajudar a trazer nosso mundo de volta ao equilíbrio? A ecologia espiritual, que tem sido o foco de grande parte do meu trabalho nesta década, explora a necessidade de uma resposta à nossa atual crise ecológica. Sim, estamos enfrentando duas crises existenciais, que se desenvolvem em uma velocidade assustadora, o colapso climático e colapso ecológico. Mas a Terra não é um problema a ser resolvido, mas um ser vivo em perigo, precisando da ajuda de nossas mãos e de nossos corações. Embora seja quase tarde demais, muitas pessoas estão finalmente despertando para esse problema, que vem afetando tanto as gerações futuras quanto a própria Terra. Extinção de espécies, o ar tóxico, oceanos cheios de plástico, aumento da temperatura, tempestades, inundações... a Terra está pedindo ajuda. Fico profundamente comovido com as vozes dos jovens ativistas, especialmente de Greta Thunberg. Uma garota de dezesseis anos, que fala a verdade ao poder, que diz na cara dos líderes mundiais: 

“Vocês nos ignoraram no passado e nos ignorarão novamente. Só falam em crescimento econômico verde, porque têm medo de não serem populares. Falam em seguir em frente com as mesmas ideias ruins que nos meteram nessa confusão, mesmo quando a única coisa sensata a se fazer é acionar o freio de emergência. Vocês não são maduros o suficiente para nos dizer nem como é que se tem que resolver o problema. Até esse fardo deixam para nós, crianças. Mas não me importo em ser ou não popular. Eu me preocupo com a justiça climática e o planeta vivo". 

Essa última frase trouxe lágrimas aos meus olhos. Ouvi-la falar sobre o verdadeiro cuidado pela Terra, por esse ser vivo e belo que nos deu vida, que nos nutriu com sua infinita generosidade, mesmo quando abusamos, saqueamos e profanamos seu corpo, que nossa cultura considera apenas um "recurso" para nossos inesgotáveis desejos e a ganância. Desde essa palestra, Greta mostrou o poder que uma única pessoa pode ter, ao se tornar um ícone, um catalisador que inspira uma crescente massa de jovens ao redor do mundo, clamando pelo futuro da Terra e seu próprio futuro, exigindo que a voz e os gritos da Terra sejam ouvidos. Mas, embora reconheça a necessidade vital de ações como a redução de carbono e o fim do desmatamento, minha própria jornada me levou mais fundo, para que eu descobrisse as raízes desta crise, como temos perdido uma conexão essencial com a natureza. Todos nós fazemos parte do ser vivo que chamamos de Terra, e ainda assim esquecemos o simples fato de que o chão em que pisamos é sagrado, assim como o ar que respiramos, a água que bebemos. Perdemos contato com a unidade essencial que abrange toda a vida e sua natureza interconectada. Todos os povos indígenas e a maioria das civilizações antes da nossa compreenderam e viveram essa realidade essencial, quando a vida cotidiana nutria a alma e o corpo. 

Essa dimensão de nossa crise ecológica, nosso esquecimento do sagrado, dificilmente é reconhecido, é uma tragédia oculta. No entanto, acredito que seja nossa principal responsabilidade espiritual neste momento nos reconectarmos. Não podemos mais viver separados, mas precisamos nos tornar novamente parte da grande conversa com os rios e os ventos, os mares e as estrelas. Então nos reconectaremos com a Terra e sua sabedoria, e juntos caminharemos para o futuro que está à espera, um futuro em que a luz em nossos corações e nosso amor pela Terra possam curar e redimir o terreno baldio que nossa cultura criou. Juntos, encontraremos uma maneira de viver em harmonia com toda a unidade multicolorida da vida. E há uma urgência nisso. A Terra continuará. Agora estamos vivendo a sexta extinção em massa de espécies da história. Nosso futuro é incerto. Mais uma vez, nas palavras da jovem ativista Greta Thunberg: "Ficamos sem desculpas e estamos ficando sem tempo". Mas ela também disse: "A mudança está chegando". A verdadeira questão é se estamos abertos a ser parte da real mudança. 

Björk: Gostei tanto de você falando sobre amor, e unidade versus dualidade. Talvez eu possa mencionar que, como musicista, também estou tentando tecer tudo isso no meu trabalho. De uma maneira indireta, sinto que está conectado a cabine de reverb que está no meu palco na turnê. Parece um pouco com uma espécie de capela individual, dentro do nosso crânio. Frequentemente, em coisas teatrais, as coisas são feitas e ajustadas para parecerem boas, mas eu queria tentar começar a partir do contrário, com um som acústico. Foi tão inspirador quando tudo começou a tomar forma. Quando estou lá dentro, tenho a mesma sensação de quando aqueço minha voz. Dessa forma, a ideia por trás dela é dessa natureza. Uma cúpula matriarcal, que conecta e comunica, como quando depois de uma boa aula de ioga. Alguns professores, inclusive, mencionam que na meditação é como se houvesse uma "tigela cheia de mel" flutuando acima de nossas cabeças. Uma alusão à abundância de coisas boas a serem derramadas metafisicamente sobre nós quando necessário, como também é mencionado em seu livro sobre ecologia espiritual. Treinando nossa catedral interna, como uma manutenção. Às vezes, quando estou cantando no palco, caio na armadilha de fazer muito esforço físico (nas notas), e essa cabine de reverb é uma tentativa de capturar isso. Faz sentido? Fico curiosa sobre a fisicalidade e a relação do som com as práticas cotidianas. 

Acredito que na Islândia, temos essa conexão feroz com a natureza, é meio que a nossa igreja. Quando as pessoas perdem alguém, passam por divórcios, ou outros tipos de dramas das quais precisem de alívio, saem para dar uma caminhada. Isso me leva a algo que eu também queria discutir contigo. Desde criança, sempre andei bastante ao ar livre, foi assim que comecei a cantar e possivelmente a me identificar com algo que mais tarde li no junguianismo: O processo de individuação. 

Ouvir uma de suas palestras me fez lembrar de uma música que costumo tocar chamada Body Memory, que é um pouco megalomaníaca, sobre os grandes problemas da vida: destino, amor, amor materno, sexo, morte e outras coisas. Fiz um verso para cada um desses assuntos, sobre quando os mantemos demasiadamente em nossas mentes, ou aquilo que Einstein chamou de "a ilusão de ótica da separação". O refrão traz um clima mais comemorativo: o momento em que saímos de nossos corpos, de nossas próprias cabeças e nos livramos graciosamente de cada uma dessas questões. Meu novo show sou eu tentando abraçar esse ângulo matriarcal. É também uma "história cômica pós-apocalíptica estranhamente ridícula". A música que tocaria nessa ilha de Cornucopia para a qual todos escaparíamos depois de um colapso ambiental, nos tornando mutantes na fusão entre plantas, pássaros e humanos. Penso que com esse meu humor rebuscado, essa apresentação pode servir de algum tipo de aviso. Precisamos reagir agora! 

Llewelyn Vaughan Lee: O que você compartilha conosco através de sua música, de sua cabine de reverb e a criação dessa ilha do show me lembra como quando retornamos para um lugar de pertencimento. Hoje, grande parte do nosso mundo parece estranho, antinatural, como se estivéssemos separados de nossa verdadeira casa, de nosso modo natural de ser. Isso é algo universal e profundamente pessoal, um lugar que chamamos de lar, tanto para o corpo quanto para a alma. Um lugar onde estamos mais próximos do que há de mais profundo em nós, o que dá sentido real à vida. Quando eu tinha dezesseis anos, li um trecho de um Zen-Koan (do budismo) que dizia: "Os gansos selvagens não querem ver seus reflexos na água, pois ela não tem ideia de como receber tal imagem". Esse ditado abriu uma porta que eu nem sabia que existia, e em vez do mundo cinzento do meu colégio interno, me encontrei em um mundo cheio de cores e de luz. Voltei para casa, e desde então estou nela. 

Por trás de todas as complexidades de hoje, acredito que todos ansiamos por uma simplicidade do eu cheia de maravilhas e de magia. Pode ser cuidar de um pedaço de terra, cultivar flores ou vegetais, fazer música ou ficar sentado em silêncio. É o jardim perdido da alma, um jardim murado esperando que sua porta seja encontrada. Ou ainda o chamado do coração por amor, que parece nos levar a estranhos caminhos confusos, até a tristeza e as lágrimas. Encontrar o lugar o qual pertencemos é a busca da alma, um retorno ao amor. Às vezes, nos perguntamos: “Esse caminho leva ao amor?”. Se a resposta for "sim", é porque esta é a tal tigela de mel à espera de ser derramada. Para alguns, a jornada é através do silêncio, para outros, através do som ou de uma combinação de ambos. Eu costumava procurar respostas, mas isso foi há muito tempo. Cada vez mais, à medida que envelheço, prefiro permanecer sem saber. Assistir a primavera surgir em meio a ameixeira no meu jardim é, para mim, uma oração, o espírito, o amor. 

Björk: Talvez isso seja um pouco exagerado, mas tenho uma teoria caseira sobre países e culturas à margem de impérios. Em suas palestras, ouço muitas vezes você se referir à opinião da civilização ocidental sobre espiritualidade versus a concepção disso dos povos indígenas. Será que talvez não exista um terceiro elemento nisso, mas ligado à natureza? 

Você já mencionou que "tradicionalmente, os sufi místicos eram eremitas, pessoas à margem dos lugares, que varriam a poeira da espiritualidade". Como islandesa, isso me deixou curiosa, porque muitas vezes é complicado conectar minhas raízes a qualquer coisa grega, aos Estados Unidos ou "países do primeiro mundo", por exemplo. É claro que é perigoso generalizar, mas me pergunto se de alguma forma essa bagagem (espiritual) foi ultrapassada.

Na Islândia, fomos ensinados sobre histórias que alguns dos testes modernos de DNA parecem confirmar: Do lado feminino somos celtas. Algumas teorias afirmam que isso veio dos Fenícios, que eram pessoas que viviam em barcos e escaparam do Mediterrâneo quando os romanos assumiram o controle. Também contam que logo depois, eles se mudaram para a Irlanda e foram capturados por vikings. Óbvio, isso é uma simplificação extrema minha, quase pseudociência. 

No meu álbum anterior, baseei uma canção minha chamada Atom Dance, nessa fantasia da mitologia nórdica, da união do sufismo. A música está em 5/4, em um estilo sonoro cíclico, meio que brincando com o movimento giratório dos "dervixes" e também o "vikivaki", uma dança circular escandinava. A letra, é claro, é sobre a arte de amar.

Minha amiga filósofa e escritora Oddný Eir, me indicou outra teoria caseira que discuti em uma conversa anterior com Timothy Morton: Uma tentativa de colocar todas as religiões e espiritualidades em uma escala simplificada, do feminino ao masculino. Se assim for: então o Zen-budismo seria o lado mais abstrato e masculino, esvaziando-se de todos os sentimentos até chegar ao nirvana, tornar-se parte do todo em êxtase; enquanto o sufismo o oposto, hiper-feminino, com completo abandono, se apaixonando constantemente por tudo: o dia, a comida que se come, as pessoas ao redor e o momento, rodopiando em êxtase até alcançar o pico para então se esvaziar, um estado sublime. Seriam duas rotas diferentes para o mesmo destino? Provavelmente, sempre fui atraída por essa rota do tal abandono total das coisas. Mas talvez esses sejam clichês ruins sobre o que é o sufismo. 

Você também costuma fala sobre essa dor extrema. Encara o seu ramo no sufi sem música? A minha cantora absolutamente favorita é Abida Parveen, uma intérprete sufi do Paquistão. 

Na Islândia, também há uma outra história que nos foi contada quando criança, sobre o período em que cruzadas estavam a caminho de nós, há merca de mil anos. Um homem chamado Þorgeir Þorkelsson, cuja descrição no Wikipédia é a seguinte, virou herói:

"Conhecido por estar na origem da cristianização na Islândia, que vivia sobre uma grande questão: Adotar ou não o cristianismo?. Ele foi alguém que se ofereceu para resolver o impasse. Certo dia, quando anoiteceu, ele, um sacerdote pagão, se recolheu em sua tenda e passou a noite debaixo da pele de um animal em uma meditação silenciosa. No outro dia, voltou à assembleia e convenceu os participantes a prometerem seguir sua indicação. A decisão tomada foi de que todos adotariam a religião cristã, e abandonariam o paganismo nórdico, mas que ainda poderiam praticar em particular, evitando assim conflitos civis potencialmente desastrosos. Dessa forma, vários dos antigos costumes foram mantidos. Ele se converteu ao cristianismo. Quando voltava para casa, ele atirou seus objetos de culto pagão nas águas de uma cachoeira próxima, que agora é conhecida (em islandês) como Godafoss, a cachoeira dos deuses".

Com isso, o que quero dizer é que então, de alguma maneira estranha, a porta do paganismo permanece aberta até os dias de hoje, semelhante ao que são as cerimônias do xintoísmo e os funerais budistas no Japão. Portanto, do meu ponto de vista, também permanecemos abertos à natureza. Quando penso nisso, encontro esperança. Talvez a visão do chamado "segundo mundo" possa inspirar. 

Llewelyn Vaughan-Lee: Pertenço a uma tradição sufi que viajou ao longo dos séculos, desde o Oriente Médio até a Índia e depois o Ocidente. Quando eu tinha dezenove anos, conheci minha professora, uma russa de cabelos brancos que acabara de voltar da Índia, onde fora treinada por um mestre sufi. Sentada em seu pequeno quarto ao lado dos trilhos do trem no norte de Londres, experimentei o que é o amor. Não o amor pessoal, não o calor de uma mãe que nunca tive, ou a ternura do toque de uma amante, mas um poder simples, puro, ilimitado e sem esforço que penetrou em todas as minhas defesas, em todos os meus padrões de identificação, em meu senso de auto-estima. O primeiro amor que conheci foi a presença divina, aquele vinho doce que intoxica tudo o que toca, tornando cada célula do meu corpo viva em alegria e admiração.

O sufismo é um caminho de amor, trabalhando com o mistério do coração humano. Esse fio de amor levou pessoas para suas casas em diferentes países e épocas diferentes. É sempre a mesma jornada da alma, do sentimento de separação à experiência de união. O sufismo tem muitas formas, algumas com música e dança, como um turbilhão de dervixes, outras como a minha própria tradição, apenas o silêncio e a lembrança. A jornada pode ser a mesma, mas os corações são diferentes, e maneiras diferentes se ajustam a corações diferentes. Mas sempre é uma rendição amar, e sim, é feminino no sentido de que começa com o desejo, com o lado feminino do amor, o copo esperando para ser preenchido. O amor é a força mais poderosa do universo. O amor nos torna inteiros. Nas profundezas da alma somos amados mais do que sabemos. Este é o segredo mais profundo de ser humano, o vínculo de amor que está no cerne de nosso ser e pertence a tudo o que existe. E quanto mais vivemos esse amor, mais nos dedicamos a esse mistério humano e divino, mais plenamente participamos da vida como ela realmente é, em sua maravilha e revelação, momento a momento. E o segredo mais profundo do amor e da vida é a unidade, o que os sufis chamam de unidade do ser. 

Para o místico, para o amante, em toda parte há um lugar de devoção, um lugar de encontro ao nosso amado. Este mundo - com suas inúmeras formas, a luz e as trevas, a tristeza e a alegria - é um espaço sagrado, um lugar onde se revela segredos, onde a unidade divina vem nos encontrar. Tudo ao nosso redor é uma revelação sem fim. Penso que o divino nos chama de muitas maneiras. Andando de maneira sagrada, como se cada passo tocasse a terra como em um beijo, com essa sensação de pertencimento. Por cinquenta anos, minha própria jornada para o amor continuou assim. Para mim, não é mais um caminho espiritual, mas apenas um modo de viver. Sim, tem sido uma jornada, uma jornada para os limites além de mim, sentindo a sabedoria da Terra, ouvindo-a no tempo presente, sua angústia. E é um amor que inclui muitas histórias, as histórias que são tecidas no tecido da vida, as histórias do que vocês chamam de "paganismo" que sabem que a Terra é sagrada. Histórias que conhecem os segredos da humanidade e do coração, porque o trabalho do místico, é tecer as histórias de amor no tecido da criação. 

Neste círculo de amor, todas as nossas histórias estão presentes. Minhas raízes estão no vazio, minha música é a canção da humanidade, minhas lágrimas pela Terra e por uma maravilha que quase não se vê, uma mágica que mal se conhece, uma luz que se desvanece. Estes são modos antigos, de um tempo antes do tempo. Repetidas vezes, volto ao lugar do não saber, ao silêncio do coração e às texturas de amor que percorrem a criação. Este mundo não é como pensamos; é feito de uma substância que não é de átomos ou partículas e, em suas profundezas, há um canto oculto. Talvez em alguns momentos da minha vida eu toquei essa substância, peguei um verso dessa música. Talvez eu tenha sentido o coração do mundo em meus sonhos, ou enquanto caminhava pela manhã. Mas nada é certo, nada é definitivo, porque artistas e místicos vivem no limite, onde a areia está sempre mudando, onde a costa se move e as correntes do oceano do amor correm mais fundo do que podemos imaginar. 


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