Greta Thunberg e um grupo de jovens ativistas, desenvolveram uma carta
aberta destinada a líderes e chefes de estado, exigindo uma reação emergencial
a mudança climática.
No texto, é cobrada a necessidade de se encarar a situação como uma crise,
para que se evite um desastre ecológico. Foram estabelecidas abordagens e
demandas que garantam direitos a indivíduos mais vulneráveis, na intenção de
reduzir desigualdades: como econômica, racial e de gênero, além de medidas
para proteger a democracia.
A carta foi divulgada antes de uma cúpula do Conselho Europeu na sexta-feira
(17), na qual nações da União Europeia de 27 membros discutiram o próximo
orçamento do bloco e um pacote de recuperação para reagir ao choque econômico
da pandemia do coronavírus.
Uma das reivindicações da carta, trata da suspensão imediata de todos os
investimentos na exploração e na extração dos combustíveis fósseis,
paralelamente ao fim rápido dos subsídios concedidos a eles. "Entendemos e
sabemos muito bem que o mundo é complicado e que o que pedimos pode não ser
fácil. As mudanças necessárias para salvaguardar a humanidade podem não
parecer muito realistas, mas é ainda menos realista acreditar que nossa
sociedade conseguiria sobreviver ao aquecimento global para o qual nos
encaminhamos, além de outras consequências ecológicas desastrosas do atual
andar da carruagem", diz um dos trechos.
A petição Face the Climate Emergency, em apoio ao manifesto, conta com
assinaturas de centenas de cientistas, ativistas, cidadãos; e artistas,
incluindo Billie Eilish, Leonardo DiCaprio e
Björk.
No álbum Utopia e no show Cornucopia, a artista islandesa quis
usar sua plataforma justamente para alertar sobre este cenário. Em outubro de
2017, em entrevistas para a W Magazine e Les Inrockuptibles,
explicou:
"Eu sinto que neste momento existe a necessidade de ter um plano, um
manifesto, uma alternativa, é uma questão de vida ou morte para a nossa
espécie. É necessário inventar um mundo novo, que não nos será dado por
merecimento, não é algo do tipo: "Faça desse jeito". Agora pode parecer apenas
uma visão utópica, mas no futuro, se tornará nossa realidade.
Acho que o erro mais básico que podemos cometer, é viver uma vida que não
escolhemos. Com "Utopia", eu queria colocar em evidência a ideia de poder
sonhar (e realizar esse sonho), como característica do que é o ser
humano.
Durante a época das composições, li muitos livros sobre utopias. Textos da
Idade Média e outros, mais contemporâneos, detalhando utopias socialistas,
comunistas, capitalistas... E então, um dia, Donald Trump decidiu
retirar-se do acordo de Paris sobre o clima. Os políticos não têm visão para o
povo, então cabe a nós escrever nosso próprio plano, nossas próprias utopias.
Pode ser a única maneira de permanecermos otimistas".
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