Pular para o conteúdo principal

Smekkleysa anuncia leilão online para financiar atividades do selo

Em 1986, um grupo de amigos formou o selo Smekkleysa (Bad Taste), dando início ao lançamento de uma série de projetos musicais e literários. Na intenção de conseguir dinheiro para a criação dessas obras, os membros perceberam que precisavam de uma ferramenta que chamasse a atenção do grande público. A partir disso, tiveram a ideia de formar uma banda pop, assim surgiu o Sugarcubes

Ao longo dos anos, a empresa permaneceu em funcionamento e contribuiu de forma grandiosa na cultura da Islândia, auxiliando principalmente artistas locais interessados em atuar fora da curva do mainstream, uma das premissas do projeto. 

Desta maneira, foi possível que o caminho estivesse melhor pavimentado do que aquele que os integrantes do selo, incluindo Björk, percorreram. No começo, eles encararam de frente o conservadorismo e a preferência de parte do público local apenas por aquilo que é estrangeiro. 

Paralelo a isso, no período em que esteve em atividade, o Sugarcubes sempre deixou claro a que veio. Por esse motivo, o término da banda não foi um grande drama, tampouco a decisão de Björk seguir em frente sozinha. Continuam grandes amigos! Em diversas entrevistas, antes e depois do grupo, explicaram que administravam o selo, com o propósito de poder ajudar na criação de uma identidade própria no local em que nasceram. E conseguiram! Tudo isso ao lado da comunidade artística de lá, organizando festivais, gravando álbuns, publicando livros e até abrindo uma loja de discos, que se tornou um espaço importante para artes na região. 

Claro, isso tem sido difícil, já que na prática não é fácil manter tal sonho de pé. Apesar das conquistas e do motivo nobre, ainda se tem contas a pagar. Com os desafios financeiros causados pela pandemia, foi anunciada a decisão de leiloar parte das "lembranças físicas" acumuladas em arquivos, que possam interessar aos fãs colecionadores. A ideia é continuar a financiar as atividades do selo. O comunicado no site oficial, diz: "Ficamos pensando que para não deixar tudo isso guardado, podemos encontrar para essas peças novos lares. É melhor do que ficarem esquecida em caixas". 

O leilão online traz produtos dos Sugarcubes, Björk e até de alguns projetos paralelos, como os discos do Megas. Posters, LPs, CDs, materiais originais da loja oficial da época e souvenirs de bastidores, como camisas e crachás da turnê de abertura para o U2, também estão entre as joias. Novos itens do acervo serão acrescentados nos próximos meses, enquanto os membros da Smekkleysa continuam a explorar seu passado. Alguns deles já estão fora de catálogo, como uma foto rara autografada pelos intérpretes de Birthday, e uma jaqueta da turnê de 1989 com o New Order. Para conferir a lista, clique AQUI

Quer saber mais sobre o Sugarcubes? Cada uma das fases do grupo está documentada em nossa websérie. Os vídeos legendados já estão disponíveis; nos episódios 2, 3, 4, 9 e 10. Para conhecer, basta clicar AQUI

Foto: A.J Barratt (1991). 

Postagens mais visitadas deste blog

Saiba tudo sobre as visitas de Björk ao Brasil

Relembre todas as passagens de Björk por terras brasileiras! Preparamos uma matéria detalhada e cheia de curiosidades: Foto: Reprodução (1987) Antes de vir nos visitar em turnê, a cantora foi capa de algumas revistas brasileiras sobre música, incluindo a extinta  Bizz,  edição de Dezembro de 1989 . A divulgação do trabalho dela por aqui, começou antes mesmo do grande sucesso e reconhecimento em carreira solo, ainda com o  Sugarcubes . 1996 - Post Tour: Arquivo: João Paulo Corrêa SETLIST:  Army of Me One Day The Modern Things Venus as a Boy You've Been Flirting Again Isobel Possibly Maybe I Go Humble Big Time Sensuality Hyperballad Human Behaviour The Anchor Song I Miss You Crying Violently Happy It's Oh So Quiet.  Em outubro de 1996, Björk finalmente desembarcou no Brasil , com shows marcados em São Paulo (12/10/96) e no Rio de Janeiro (13/10/96) , como parte do Free Jazz Festival . Fotos: ...

Debut, o primeiro álbum da carreira solo de Björk, completa 30 anos

Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango...

Hildur Rúna Hauksdóttir, a mãe de Björk

"Como eu estava sempre atrasada para a escola, comecei a enganar a minha família. Minha mãe e meu padrasto tinham o cabelo comprido e eles eram um pouco hippies. Aos dez anos de idade, eu acordava primeiro do que eles, antes do despertador tocar. Eu gostava de ir na cozinha e colocar o relógio 15 minutos mais cedo, e então eu iria acordá-los... E depois acordá-los novamente cinco minutos depois... E de novo. Demorava, algo como, quatro “rodadas”. E então eu acordava meu irmãozinho, todo mundo ia escovar os dentes, e eu gostava de ter certeza de que eu era a última a sair e, em seguida, corrigir o relógio. Fiz isso durante anos. Por muito tempo, eu era a única criança da minha casa, e havia mais sete pessoas vivendo comigo lá. Todos tinham cabelos longos e ouviam constantemente Jimi Hendrix . O ambiente era pintado de roxo com desenhos de borboletas nas paredes, então eu tenho uma certa alergia a essa cor agora (risos). Vivíamos sonhando, e to...

A história do vestido de cisne da Björk

20 anos! Em 25 de março de 2001 , Björk esteve no Shrine Auditorium , em Los Angeles, para a 73º edição do Oscar . Na ocasião, ela concorria ao prêmio de "Melhor Canção Original" por I've Seen It All , do filme Dancer in the Dark , lançado no ano anterior.  No tapete vermelho e durante a performance incrível da faixa, a islandesa apareceu com seu famoso "vestido de cisne". Questionada sobre o autor da peça, uma criação do  fashion   designer macedônio  Marjan Pejoski , disse: "Meu amigo fez para mim".    Mais tarde, ela repetiu o look na capa de Vespertine . Variações também foram usadas muitas vezes na turnê do disco, bem como em uma apresentação no Top of the Pops .  "Estou acostumada a ser mal interpretada. Não é importante para mim ser entendida. Acho que é bastante arrogante esperar que as pessoas nos compreendam. Talvez, tenha um lado meu que meus amigos saibam que outros desconhecidos não veem, na verdade sou uma pessoa bastante sensata.  ...

A admiração de Björk pelo trabalho de Thom Yorke

"Eu tenho muito respeito por Thom Yorke . Ele é bastante tímido e não revela tanto de si mesmo. É por isso que é difícil para mim explicar como ele é. Não consigo lhe fazer justiça. É uma pessoa especial que quando entra em um ambiente, afeta tudo de uma forma positiva. Admiro a grande lealdade que tem pelo Radiohead . Ele se vê como um membro e compositor da banda. Seu trabalho é baseado na comunicação e compreensão. É alguém pé no chão e nem um pouco egocêntrico. Trabalhamos juntos em I’ve Seen It All por uns quatro dias. Sou muito grata por isso. Foi uma experiência maravilhosa".  "Eu já o conhecia há algum tempo. Estávamos apenas esperando a ocasião certa para fazermos algo juntos. O convidei quando percebi que finalmente tinha uma música que merecia sua voz, porque ele é definitivamente o meu cantor favorito no mundo. Sendo o tipo de cara que é, sem qualquer comportamento artificial do show business , insistiu que aparecesse no estúdio para que gravássemos juntos...