"Sou muito dura comigo mesma, pois acredito que ainda não fiz uma canção realmente boa. Espero conseguir criar alguma no tempo que me resta. Ficaria muito incomodada se não pudesse.
Penso que não estou nem um pouco próxima da música que ouço na minha cabeça. Minha mente nunca descansa, mas está tudo bem, pois faço aquilo que amo.
Cada música é muito importante para mim. O resultado deve me deixar satisfeita no som e no nível emocional. Eu jamais poderia me sentar e compor uma canção com disciplina. Escrever é algo que está ligado à minha vida, ao meu dia a dia. Criar é uma forma de colocar tudo em ordem, de esclarecer as coisas.
Quando acordo pela manhã, sempre tenho ideias para uma nova faixa. Daí, tenho que arrumar um jeito de tirar da minha cabeça. Para isso, gosto de sair para caminhar. Fico cantando até que surja algo, como uma espécie de vulcão em erupção.
Poder ouvir o que tenho em mente, faz com que tudo se encaixe. No momento de ir para o estúdio, já fiz 80% do disco sozinha. Este é o meu método. Em seguida, começo a mexer nos arranjos, a gravar. Essa etapa é meio artesanal e organizada, como qualquer outro trabalho. E eu amo!".
- Björk em entrevista ao Les Inrockuptibles, 2001.
Foto: Ohashi Jin (2001).