A ideia de um álbum da Björk era algo esperado por empresários desde que o Sugarcubes começou a fazer sucesso mundial. Grandes gravadoras tentaram contratá-la como uma artista solo. Por muito tempo, a islandesa preferiu não dar qualquer pista sobre uma possível mudança de direção em sua carreira:
"Nós tivemos essa merda desde o primeiro dia. Era ridículo! Comecei a gravar o Debut secretamente. Desde Birthday, havia uma certa pressão para fazer um disco só meu, e eu não queria que ninguém ficasse com uma ideia errada disso.
Quando comecei a trabalhar nesse projeto, fiz tudo sozinha. A partir do momento em que mais pessoas se envolveram, como os engenheiros de som e músicos, incluindo Oliver Lake, fiquei tipo: "Olha, ainda não temos um orçamento para tudo isso. Se você estiver realmente interessado em participar, terá que ser por si mesmo. Mas se tiver um álbum, será pago!".
Daí certo dia, resolvi falar com o cara da minha gravadora, Derek Birkett: "Escute, eu quero fazer um álbum, mas não é aquilo que você pensa que vai ser, porque não estou interessada em agradar ninguém. Não acho que vá ser muito fácil de vender! Toquei três canções, que até então só tinham voz e saxofone. Ele gostou e disse: "Beleza, vou investir dinheiro nisso", com uma fé tão absoluta que achei surpreendente. Eu pensava que ele fosse querer que eu fizesse algo mais comercial".
- Björk em entrevista para a VOX Magazine, dezembro de 1993.
Foto: Cathrine Wessel.