"A natureza de um álbum sobre um coração partido, é que as letras das músicas são praticamente como uma conversa. Saem de dentro do artista em um nível bastante emergencial. Quando parei pela primeira vez para ouvir o que estava se tornando o Vulnicura, pensei: "Meu Deus, tenho um disco sobre o término de uma relação".
No início, fiquei realmente como uma adolescente irritada, tipo: "É previsível e chato! Estou acima dessa merda. Isso não sou eu, não consigo fazer isso!". Chegou a um certo ponto que fiquei imaginando como "bagunçar" as canções.
O lado musical esnobe em mim, que quer sempre fazer algo novo, estava chocado por criar algo assim, mas a parte "antropóloga", me disse: "Deixe ser apenas o que é, pois é a única maneira de passar para a próxima etapa da sua vida".
Decidi respirar profundamente e confiar nas minhas habilidades de produção. Na época, foi um processo muito doloroso, mas eu sabia que quando lançasse, pelo menos dois anos já teriam se passado. Toquei as faixas para alguns amigos muito próximos, e percebi que estava pensando que o resultado era 500.000 vezes mais explícito do que realmente era. Agora me sinto muito bem com relação a isso".
- Björk em entrevista ao The Gentlewoman, fevereiro de 2015.
Foto: Andrew Thomas Huang (2015).