Pular para o conteúdo principal

A influência do duo Sparks na vida de Björk

"Eu era obcecada pela dupla Sparks, que surpreendia todo mundo. Meu padrasto, com quem morei dos 4 aos 14 anos, era guitarrista. Ele tocava em bandas na Islândia e era muito bom. Então fui criada ouvindo muita música desse estilo, incluindo Eric Clapton, Cream, Jimi Hendrix, Frank Zappa, todas essas coisas. Essa era a norma lá na minha casa! Ele e minha mãe odiavam Sparks, o que me fazia gostar ainda mais. Eu devia ter uns 7 anos". 

A artista conta que com essa mesma idade, decidiu se "rebelar" contra o ambiente hippie que a cercava. Pegou o aparelho de som que tinham e colocou para tocar a canção This Town Ain't Big Enough for Both of Us do duo

"Eles não gostaram muito, achavam que era muito pop, sem credibilidade e bastante cômico. Mas aquela foi a primeira vez que eu disse: "Tenho um disco e vou escutá-lo. Agora todos vocês também precisam ouvir o que gosto". Fiz isso por muito tempo e os deixei loucos". 

O álbum Kimono My House é um de seus favoritos na vida. Foi um presente do pai:

"Eram dez hippies e eu naquela casa. Eu já estava farta de todos os discos psicodélicos. Achava muito chato e repetitivo. Então naquele momento, me tornei alguém que precisava ouvir coisas diferentes do que o gosto deles. E esse é um álbum também apropriado para crianças, sabe: "Esta cidade não é grande o suficiente para nós dois, e não sou eu quem vai embora". Isso era uma declaração muito legal! 

Eu achava os dois tão teatrais! Era algo muito mais expressivo do que o pop comum. Não era só aquilo de "eu te amo e você me ama". Adoro o jeito como Russel Mael canta como uma gueixa. Até usavam os trajes, e eu já gostava muito da cultura japonesa. 

As crianças costumam gostar de um tipo de música que torna fácil imaginar o que está acontecendo na letra. Eu estava entediada com isso de guitarras e rock n'roll. Sparks era muito mais interessante, como um conto de fadas. Eles eram a coisa mais revigorante na minha vida". 

- Entrevistas para Q Magazine, Mixmag e Melody Maker, 1993. 

Em 18 de junho de 2021, será lançado nos cinemas da América do Norte e Europa The Sparks Brothers, com direção de Edgar Wright. O documentário conta a história pouco conhecida e o pioneirismo dos irmãos Ron e Russell Mael. Björk está no time de artistas com depoimentos no filme. Segundo a página do projeto no IMDb, foi incluída uma gravação da voz da islandesa. 

Fotos: Divulgação. 


Confira o trailer:

Postagens mais visitadas deste blog

Saiba tudo sobre as visitas de Björk ao Brasil

Relembre todas as passagens de Björk por terras brasileiras! Preparamos uma matéria detalhada e cheia de curiosidades: Foto: Reprodução (1987) Antes de vir nos visitar em turnê, a cantora foi capa de algumas revistas brasileiras sobre música, incluindo a extinta  Bizz,  edição de Dezembro de 1989 . A divulgação do trabalho dela por aqui, começou antes mesmo do grande sucesso e reconhecimento em carreira solo, ainda com o  Sugarcubes . 1996 - Post Tour: Arquivo: João Paulo Corrêa SETLIST:  Army of Me One Day The Modern Things Venus as a Boy You've Been Flirting Again Isobel Possibly Maybe I Go Humble Big Time Sensuality Hyperballad Human Behaviour The Anchor Song I Miss You Crying Violently Happy It's Oh So Quiet.  Em outubro de 1996, Björk finalmente desembarcou no Brasil , com shows marcados em São Paulo (12/10/96) e no Rio de Janeiro (13/10/96) , como parte do Free Jazz Festival . Fotos: ...

Björk diz admirar a coragem de Lady Gaga como artista

"Definitivamente, gostei de algumas das roupas que a Lady Gaga está usando.   Eu a admiro por sua coragem, tudo estava ficando muito chato. Era como se todo mundo estivesse sendo conservador, e ninguém quisesse correr qualquer risco. Amo coisas teatrais, acredito que todos nós temos um lado teatral e um lado não tão teatral.  Quanto a música dela? Não é muito a minha praia. Tipo, não estou julgando. Algo muito bom sobre a música (em geral), é que a gente pode ter todos os tipos de canções para ouvir. Tem espaço para tudo. Já notei que mesmo que as coisas tenham mudado muito, sempre parece haver lugar para um monte de cantores homens, não vejo ninguém tratá-los como se o que fizessem fosse um duelo.  Ainda é como no tempo de " Christina Aguilera vs. Britney Spears ". Não quero ser colocada em uma posição na qual tenho que atacá-la. Achei muito injusto quando M.I.A e Joanna Newsom foram questionadas sobre Gaga e, por não gostarem de sua música, viraram imediatament...

Sindri Eldon explica antigo comentário sobre a mãe Björk

Foto: Divulgação/Reprodução.  O músico Sindri Eldon , que é filho de Björk , respondeu as críticas de uma antiga entrevista na qual afirmou ser um compositor melhor do que sua mãe.  Na ocasião, ele disse ao Reykjavík Grapevine : "Minha principal declaração será provar a todos o que secretamente sei há muito tempo: que sou melhor compositor e letrista do que 90% dos músicos islandeses, inclusive minha mãe".  A declaração ressurgiu no Twitter na última semana, e foi questionada por parte do público que considerou o comentário uma falta de respeito com a artista. Na mesma rede social, Sindri explicou:  "Ok. Primeiramente, acho que deve ser dito que isso é de cerca de 15 anos atrás. Eu era um idiota naquela época, bebia muito e estava em um relacionamento tóxico. Tinha um problema enorme e realmente não sabia como lidar com isso. Essa entrevista foi feita por e-mail por um cara chamado Bob Cluness que era meu amigo, então as respostas deveriam ser irônicas e engraçadas...

Debut, o primeiro álbum da carreira solo de Björk, completa 30 anos

Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango...

Björk comenta cada uma das faixas do álbum Fossora

A carreira de  Björk  é como uma longa descida ao inesperado. Em entrevista ao  The Atlantic , a artista islandesa desabafa sobre seu poderoso novo álbum, "Fossora". Confira a tradução completa: Após seus três primeiros discos solo, "Debut", "Post" e "Homogenic", ela passou por outras fases surpreendentes. Hoje, seu trabalho pode ser visto como "menos pop" do que costumava ser, mas a própria Björk não pensa nesses termos. Durante o bate-papo, ela discordou daqueles que dizem que suas coisas dos anos 90 eram mais divertidas: "Talvez eles se lembrem de si mesmos em algum clube usando ecstasy, enquanto tocavam três remixes seguidos. No geral, os beats por minuto, a quantidade de frieza, a quantidade de algo experimental, a quantidade de "açúcar pop", a quantidade de momentos sérios e autorreflexivos... Acho que na verdade, tudo tem sido a mesma coisa em todos os meus álbuns". Essa interpretação faz algum sentido quando ...