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Lido Pimienta lança versão de Declare Independence

Lido Pimienta é uma artista colombo-canadense. Nascida em Barranquilla (Colômbia), atualmente mora em Toronto.

Celebrando o Mês do Orgulho LGBTQIA+, ela produziu uma nova versão para Declare Independence, faixa do Volta, disco que Björk lançou em 2007. O cover é parte do projeto "Claim Your Space" do Spotify Singles.

"Cantei a letra maravilhosa em inglês e acrescentei novas palavras em espanhol, que refletem a atual situação na Colômbia, um sentimento geral em defesa da liberdade dos povos colonizados, do rio ao mar", disse em post nas redes sociais.


Em comunicado para a imprensa, explicou:

"Escolhi essa música principalmente por causa da letra: "Agite a sua bandeira, levante-a, mais alto" e "não deixe que façam isso com você". Eu ouvi essa música ao vivo e adorei como todos os imigrantes na plateia estavam agitando suas bandeiras. O sentimento de ORGULHO que então todos nós sentimos.

Eu queria trazer isso com esta versão, honrando minhas raízes caribenhas e o campo do orgulho, mas o mais importante, como uma mensagem de amor e revolução em união e aceitação.

Björk tem sido uma inspiração para mim, não apenas como cantora, mas como compositora e produtora, então essa música também é um agradecimento a ela por encorajar mulheres como eu a não terem medo de criar seu próprio universo sonoro". 

Fotos: Ada Navarro; Vidar Logi. 


A história de Declare Independence:

"Toda vez que essa música começa, eu começo a rir. Acredito que muitas pessoas não aceitam ela assim, o que é até certo. Pareço ter um senso de humor "distorcido" que só eu e meus três amigos podemos entender. Eu queria que essa letra também fosse como um conselho para, por exemplo, um amigo que está saindo com alguém terrível: "Declare independência! Não deixe que façam isso com você" [risos]. Não é sobre política partidária. 

E por outro lado é possível levar esse conceito para algo completamente diferente. Nós sempre ouvimos nos jornais da Islândia, que fomos uma colônia dinamarquesa por cerca de 600 anos, e conseguimos a independência há apenas meio século. E ainda há duas outras colônias deles, que estão tentando se libertar sem sucesso. É meio como um hino que escrevi para a Groenlândia e as Ilhas Faroe". 

"Volta" foi acima de tudo um disco com grande foco em incentivar o combate às injustiças. Na China, Björk interpretou a canção pedindo a independência do Tibete, o que desagradou muito as autoridades locais, que baniram a cantora de se apresentar por lá, o que não mudou até hoje: "No final da turnê, eu não aguentava mais tocar Declare Independence todas as noites! Queria encontrar soluções. Talvez eu pensasse que o bem fosse vencer no final, se apenas persistíssemos, mas o clima não está tão bom agora. É a hora de irmos para uma montanha segurando uma bandeira e uma trombeta insistindo e exigindo justiça. Tudo isso é sobre opressores, homens e mulheres e países. Não está tão longe de "R.E.S.P.E.C.T". da Aretha

A ideia dos trajes militares do videoclipe foi do (diretor) Michel Gondry. Na verdade, a intenção não era nem que fosse algo militar, mas apenas tentar fazer com que todos estivessem iguais, com uma roupa neutra. Fiquei bastante intrigada sobre usar os looks coloridos do show no vídeo, que são muito alegres. Para Michel, por causa da coisa toda das cordas no cenário, os figurinos não poderiam gritar por atenção. Então pensamos que isso poderia ajudar a misturar todos como imagem de fundo [camuflagem]. 

Para mim, era importante que não houvesse uma hierarquia [com o uso das cordas dentro da narrativa]. Eu nunca me vejo em uma posição de controladora, ou como alguém com autoridade, mesmo que no palco. Eu queria que os outros artistas me dessem tanta energia quanto eu pudesse dar a eles. Acho que estávamos mais animados com as bandeiras que usávamos em nossos braços. Uma é da Groenlândia e a outra das Ilhas Faroe. No meu país, se você for a um bar e perguntar sobre isso, verá que as pessoas ficam de repente muito agressivas, já que apoiam a independência desses territórios". 

Fontes: XFM, Telérama, Filter, HARP, Under The Radar Magazine, Pitchfork. 

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