Há 15 anos, o Sugarcubes / Sykurmolarnir se reunia para um único show na Islândia. Com ingressos esgotados, o concerto aconteceu no Laugardalshöll em Reykjavik, para um público de 5 mil pessoas, que vieram de várias partes do mundo. Uma ocasião super especial, pois a banda garantiu que não pretende fazer um novo encontro.
Os membros decidiram usar os lucros da apresentação para financiar as atividades do selo que fundaram na época do grupo, o Bad Taste / Smekkleysa. Eles comemoravam os 20 anos de suas primeiras gravações juntos como Sugarcubes, especialmente Ammæli (Birthday), que saiu no EP Einn mol’á mann, em 1986.
No setlist, as canções mais conhecidas, quase todas em islandês: Traitor / Leash Called Love / Deus / Water / Bee / Planet / Shoot Him / Walkabout / Mama / Pump / Regina / A Day Called Zero / Birthday / Coldsweat / Blue Eyed Pop / Motorcrash / Delicious Demon / Hit / Fucking In Rhythm & Sorrow / Luftgítar (com Johnny Triumph/Sjón).
A performance foi registrada e exibida nos telões nas laterais do palco, mas infelizmente a filmagem nunca foi comercializada oficialmente. No entanto, a gravadora relançou os CDs e VHS do grupo (pela primeira vez em DVD) em novas tiragens.
Antes do Sugarcubes, os integrantes já tinham formado projetos de música punk ao lado de Björk. No selo que criaram, desenvolveram uma série de projetos musicais e literários. Na intenção de conseguir dinheiro para promover essas obras, perceberam que precisavam de uma ferramenta que chamasse a atenção do grande público. A partir disso, tiveram a ideia de formar uma banda.
"A gente se divertia! A música era algo secundário, então não tínhamos essa grande ambição musical de ser algo brilhante. Tivemos a chance de viajar o mundo e ver como outras bandas funcionavam, o que me ensinou muito. A fama não estava nos nossos planos, mas ao mesmo tempo nós gostamos. Foi um acidente feliz", explicou Björk em entrevista.
O Sugarcubes durou 6 anos e fez grande sucesso. Foi o primeiro grupo da Islândia a ter projeção internacional. Com o passar das décadas, se estabeleceu entre os clássicos da música no país, conquistando o respeito de seus conterrâneos.
A empresa permanece em funcionamento e contribui de forma grandiosa na cultura da Islândia, auxiliando principalmente artistas locais interessados em atuar fora da curva do mainstream, uma das premissas do projeto. Múm e Sigur Rós estão entre os nomes que passaram por lá.
Com o Bad Taste, foi possível que o caminho estivesse melhor pavimentado do que aquele que os integrantes do selo, incluindo Björk, percorreram. No começo, eles encararam de frente o conservadorismo e a preferência de parte do público local apenas por aquilo que é estrangeiro.
O Sugarcubes sempre disse a que veio. Por esse motivo, o término da banda não foi um grande drama, tampouco a decisão de Björk seguir em frente sozinha. Eles continuam grandes amigos.
Em diversas entrevistas, antes e depois do grupo, explicaram que administram o selo com o propósito de ajudar na criação de uma identidade própria no local em que nasceram. E conseguiram! Tudo isso ao lado da comunidade artística de lá, organizando festivais, gravando álbuns, publicando livros e até abrindo uma loja de discos, que se tornou um espaço importante para artes na região e para o turismo. Saiba mais clicando AQUI.
Para muitos fãs, o Sugarcubes foi o primeiro contato com Björk. Durante o reencontro em 2006, a artista pareceu se divertir bastante ao lado de seus amigos. Ao final do show, alguns dos filhos dos membros da banda subiram no palco.
Ela estava muito feliz, interagindo e brincando ao lado de Einar Örn. Era a primeira vez que cantava essas canções desde 1992. O último show também havia acontecido em um 17 de novembro.
Fotos: Reprodução.