Pular para o conteúdo principal

Compositores de The Northman explicam por que Björk não gravou uma canção para trilha sonora do filme

Em abril de 2022, durante entrevista ao site Comic Book, Robin Carolan e Sebastian Gainsborough, os compositores da trilha sonora de "The Northman", explicaram por que Björk não gravou uma canção original para a produção:

Robin: "Bom, eu e Björk nos conhecemos há muito tempo e trabalhamos juntos no passado. Então, nesse sentido, colaborar com ela não foi algo super intimidador porque nos conhecemos e já superamos tudo isso. Mas acho que essa deixa levantou muitas perguntas porque, obviamente, Björk está em uma das cenas e quando se tem uma das maiores cantoras de todos os tempos em uma cena, como é que a gente faz? Consideramos a presença dela também na música? E como é que se pode fazer isso? E, também, como ela se sente sobre isso? Ela quer fazer parte disso? Então isso gerou muitas perguntas e foi complicado, não necessariamente por causa de Björk, mas acho que porque Robert Eggers tinha algo muito específico em mente e também Björk concordou em estar no filme e não em ser uma musicista da trilha.

Então, com certeza, tudo isso teve seus desafios. Quero dizer, ela teve a deixa na cena, ela está lá de uma maneira muito sutil, com textura, que é o que ela queria também. É complicado porque estamos fazendo uma sugestão e o estúdio tem que gostar, Rob tem que gostar, e Björk tem que gostar, e eles são três entidades muito, muito fortes".

Sebastian: "Foi muito interessante passar por esse processo de tipo: "Björk nos dando algumas músicas para a cena". E, inicialmente, era tudo bem diferente do que acabou na trilha, as partes de Björk eram muito mais proeminentes. E essa ideia pode instantaneamente fazer muito sentido para as pessoas, mas foi interessante navegar ao longo de vários meses e descobrir que: "Na verdade, funciona melhor para o filme se isso for realmente mais estável, se for mais moderado na mixagem". E foi algo que me surpreendeu, porque, entrando nisso, eu fiquei tipo: "Ok, este será o momento de Björk, haverá uma parte vocal bastante proeminente aqui". E não foi assim que aconteceu. Mas acho que funciona e serve melhor ao filme dessa maneira".

Robin: "Olha, se o filme tivesse sido feito nos anos 90, talvez tivéssemos vindo com algum grande momento pop muito foda em que Björk começa a cantar lindamente uma música, mas não estamos nessa era agora e eu acho que todo mundo se sentiu assim. Teria sido incrivelmente estranho se a cena dela de repente se tornasse algo que ela faria para um álbum dela, porque imediatamente tiraria você do mundo e da música em geral (do filme).

Acho que, também, eu estava um pouco, bem, não paranóico, mas um pouco preocupado porque as pessoas sabiam que ela estava no filme e que estavam fazendo a música. Eu estava preocupado que as pessoas, especialmente os fãs dela, esperassem... Não sei, algo como o "Selmasongs" do "Dançando no Escuro". Mas foi tipo: "Não, nunca vai ser isso, porque não é esse tipo de filme". Então foi uma deixa complicada, definitivamente foi um dos quebra-cabeças, com certeza. Mas acho que criamos algo com o qual todos ficaram felizes e penso que serve bem a esse tema, então espero que as pessoas se sintam assim também".

Para o Entertainment Weekly, o diretor Robert Eggers disse: "Björk é a xamanista pop do planeta Terra. Quem mais poderia simplesmente entrar no set de filmagem e ser uma vidente?".

Björk está entre os colaboradores que contribuíram com vocais para a trilha sonora de "The Northman". No entanto, a voz dela não ficou claramente identificável no resultado final, provavelmente a faixa "Seeress", o nome de sua personagem.

Foto: Bernhard Kristinn.

Postagens mais visitadas deste blog

Saiba tudo sobre as visitas de Björk ao Brasil

Relembre todas as passagens de Björk por terras brasileiras! Preparamos uma matéria detalhada e cheia de curiosidades: Foto: Reprodução (1987) Antes de vir nos visitar em turnê, a cantora foi capa de algumas revistas brasileiras sobre música, incluindo a extinta  Bizz,  edição de Dezembro de 1989 . A divulgação do trabalho dela por aqui, começou antes mesmo do grande sucesso e reconhecimento em carreira solo, ainda com o  Sugarcubes . 1996 - Post Tour: Arquivo: João Paulo Corrêa SETLIST:  Army of Me One Day The Modern Things Venus as a Boy You've Been Flirting Again Isobel Possibly Maybe I Go Humble Big Time Sensuality Hyperballad Human Behaviour The Anchor Song I Miss You Crying Violently Happy It's Oh So Quiet.  Em outubro de 1996, Björk finalmente desembarcou no Brasil , com shows marcados em São Paulo (12/10/96) e no Rio de Janeiro (13/10/96) , como parte do Free Jazz Festival . Fotos: ...

Sindri Eldon explica antigo comentário sobre a mãe Björk

Foto: Divulgação/Reprodução.  O músico Sindri Eldon , que é filho de Björk , respondeu as críticas de uma antiga entrevista na qual afirmou ser um compositor melhor do que sua mãe.  Na ocasião, ele disse ao Reykjavík Grapevine : "Minha principal declaração será provar a todos o que secretamente sei há muito tempo: que sou melhor compositor e letrista do que 90% dos músicos islandeses, inclusive minha mãe".  A declaração ressurgiu no Twitter na última semana, e foi questionada por parte do público que considerou o comentário uma falta de respeito com a artista. Na mesma rede social, Sindri explicou:  "Ok. Primeiramente, acho que deve ser dito que isso é de cerca de 15 anos atrás. Eu era um idiota naquela época, bebia muito e estava em um relacionamento tóxico. Tinha um problema enorme e realmente não sabia como lidar com isso. Essa entrevista foi feita por e-mail por um cara chamado Bob Cluness que era meu amigo, então as respostas deveriam ser irônicas e engraçadas...

Björk comenta cada uma das faixas do álbum Fossora

A carreira de  Björk  é como uma longa descida ao inesperado. Em entrevista ao  The Atlantic , a artista islandesa desabafa sobre seu poderoso novo álbum, "Fossora". Confira a tradução completa: Após seus três primeiros discos solo, "Debut", "Post" e "Homogenic", ela passou por outras fases surpreendentes. Hoje, seu trabalho pode ser visto como "menos pop" do que costumava ser, mas a própria Björk não pensa nesses termos. Durante o bate-papo, ela discordou daqueles que dizem que suas coisas dos anos 90 eram mais divertidas: "Talvez eles se lembrem de si mesmos em algum clube usando ecstasy, enquanto tocavam três remixes seguidos. No geral, os beats por minuto, a quantidade de frieza, a quantidade de algo experimental, a quantidade de "açúcar pop", a quantidade de momentos sérios e autorreflexivos... Acho que na verdade, tudo tem sido a mesma coisa em todos os meus álbuns". Essa interpretação faz algum sentido quando ...

Debut, o primeiro álbum da carreira solo de Björk, completa 30 anos

Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango...

Björk conta a história por trás do retrato feito pela avó

"Esta pintura foi feita pela minha avó quando eu tinha cerca de 7 anos. Ela foi um modelo muito forte para mim! Frequentou a escola de arte com os adolescentes por volta dos 40 anos. Como eu era sua neta mais velha, eu ficava na casa dela na maioria dos fins de semana durante a minha infância. Me tornei sua modelo. Ela era bastante quieta, não precisávamos conversar muito. Eram duas introvertidas que gostavam dos silêncios férteis uma da outra. Não foi até recentemente que descobri que, talvez isso também carregasse o peso maravilhoso de eu estar aprendendo primeiramente o "olhar feminino" antes de [qualquer] outra coisa? Além disso, com a minha mãe também sendo a diretora de arte da capa do meu primeiro álbum, que saiu quando eu tinha 11 anos? Questionamentos?". - Björk em texto publicado nas redes sociais. Foto: Vidar Logi/Reprodução.