"Na turnê "Orkestral", Björk optou por destacar os arranjos acústicos de várias de suas músicas lendárias. Durante 1h30, a cantora usou sua voz incomparável para nos encantar e nos transportar para distantes terras oníricas e encantadoras.
Nós ficamos estremecidos em "Come To Me", emocionados em "I've Seen It All", "Isobel" e "Jóga". Explodimos de alegria quando começaram as primeiras notas de "Bachelorette".
Björk atrai todos os olhares em um figurino impressionante, algo que já é um costume dela, mas que não a impediu de ir para cada lado do palco e fazer sua voz incrível se destacar. Uma voz reconhecível entre milhares, porque Björk é uma daquelas raras artistas com assinatura vocal real. Adoramos seu jeito de pronunciar o "R" em cada palavra e seu canto único, capaz de tocar nossos corações.
Björk mantém esse talento inegável, essa incrível precisão e esse poder vocal que nos deixa querendo ouvir um pouco mais. Agradecendo repetidamente ao público, encerrou o set em grande estilo com "Pluto", interpretada numa versão sublime que parece ter conquistado a plateia, se levarmos em consideração os grandes sorrisos visíveis em muitos rostos no final do concerto".
"De início, ela parece bem distante, mas então esboça alguns movimentos graciosos e envolventes no ar levados pela música. Em "Black Lake", por 10 minutos a canção é um mergulho em suas feridas íntimas, apoiada por uma orquestra brilhante. Até o silêncio na faixa impacta o público, totalmente cativado por Björk.
Nos títulos mais famosos, em "Hunter" ela imita com as mãos o ritmo dos loops da gravação original, como se todos pudessem ouvi-los em suas cabeças. Aí reside toda a força de um espetáculo como nenhum outro. Quase nuas, as músicas de Björk mantém sua estranheza e lirismo. Nesta noite, já não é uma questão de ser pop, eletro ou dance, apenas uma mulher que reinventa a sua vida cantando-a com uma emoção ainda intacta.
Para os nostálgicos, a sequência que liga "You've Been Flirting Again", "Isobel" e "Hyperballad" é simplesmente mágica. E quando a orquestra começa a introdução de "Jóga", o lugar explode. Björk interpreta como se tivesse acabado de escrever, com raiva e intensidade.
Como lembrete, Björk pede desculpas por não falar bem o francês: "Apenas o suficiente para pedir algo no restaurante", explicou. É, portanto, em inglês que apresenta a orquestra e seu maestro: "É a primeira vez que acho que misturamos techno com cordas, então aqui está!", disse antes de começar "Pluto"".
"A maior parte desta primeira metade do show está ancorada em "Vulnicura", o impressionismo das cordas acompanha as rachaduras da narrativa. No show, é o único sobrevivente dos últimos da discografia. Nada de "Medúlla, "Volta", "Biophilia" ou "Utopia".
Sem o suporte tecnológico (das faixas em estúdio), como ela iria enfrentar os violinos, violas, violoncelos e contrabaixos da orquestra? Longe da grandiosidade sugerida pelo tamanho do local do show e pelo número de músicos, o concerto foi mais como um diálogo íntimo do que uma performance demonstrativa".
- Sites "Sortiraparis", "Paris Match" e "Le Monde" sobre o show de Björk na França. A turnê "Orkestral" chega ao Brasil em 05/11 no festival Primavera Sound de São Paulo.
Foto: Santiago Felipe.