Pular para o conteúdo principal

A emoção representada nos instrumentos de cordas do show Björk Orkestral

Em 2015, quando lançou o "Vulnicura Strings", Björk disse em entrevista ao site "Sinfini Music":

"Para mim, as cordas representam os nervos do corpo humano. A voz e os instrumentos de sopro são os pulmões. Os beats são para dançar e para o coração bater, mas quando tocamos instrumentos de cordas, é como se nossos nervos estivessem vibrando.

É por isso que eu acho que simpatizamos tão facilmente com o som dos instrumentos de cordas, especialmente quando estamos passando por coisas dolorosas. A gente só quer pegar um microfone e conseguir aquele ruído meio "urrrrrrrrr", que cria esse "som angustiado", quase desconfortável, o som da emoção realmente crua".

Em 30/07/22, a islandesa se apresentou no festival Olavsfest, em Trondheim na Noruega. No palco, ela esteve acompanhada do Trondheim Soloists e do condutor Bjarni Frímann. O show teve abertura de um grupo de coral da Ucrânia, o Kyiv Chamber.

Em bate-papo com o "Bergen Live", o músico Steinar Larsen, que faz parte do Trondheim Soloists, declarou:

"Estamos muito ansiosos por essa colaboração. É uma das artistas mais conhecidas do mundo há várias décadas, e é claro que para todos nós é ótimo poder tocar com ela, é ótimo saber que ela quer trabalhar conosco. Nós somos um grupo de orquestra independente de qualquer estilo musical, e com Björk é garantido um concerto completamente fora do comum".

O "Bergen Live" ainda escreveu: "Björk ganhou a liberdade de moldar uma carreira que passa pela pista de dança, as telas e a galeria de arte. De refrões pop ao som de vanguarda: de preferência no mesmo álbum e na mesma canção.

Suas músicas e letras claramente tiveram raízes na paisagem única e vulcânica da Islândia, algo reforçado por uma infância próxima da natureza. Seja no som constantemente à frente de seu tempo, mas também na expressão visual que nunca deixa de surpreender e fascinar, Björk é muito mais do que uma artista.

Não importa qual o meio e qual a embalagem, tudo o que ela faz sempre carrega seus sentimentos do lado de fora do peito. Desgosto, amor, ansiedade ou euforia: Björk torce a alma com uma rara presença intensa. Depois de tantos anos, ainda não soa como nenhuma outra pessoa".

Setlist:
1. Stonemilker
2. Aurora
3. Come to Me
4. Lionsong
5. I've Seen It All
6. History of Touches
7. Black Lake
8. Hunter
9. You've Been Flirting Again
10. Isobel
11. Bachelorette
12. Jóga
13. Quicksand
14. Hyperballad
15. Overture
16. Pluto

Está chegando a nossa vez, Brasil...

Foto: Santiago Felipe.

Postagens mais visitadas deste blog

Debut, o primeiro álbum da carreira solo de Björk, completa 30 anos

Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango...

A paixão de Björk por Kate Bush

Foto: Divulgação "Eu gostaria de ouvi-la sem parar. Era muito divertido acompanhar sua música na Islândia. Eu acabei adquirindo os álbuns muitos anos depois que saíram, então eu não tinha qualquer contexto, eu estava simplesmente ouvindo-os no meu próprio contexto. E todas as minhas canções favoritas eram as “lado-B” do terceiro single , por exemplo. E então eu vi alguns documentários sobre ela, era a primeira vez que eu via as coisas de um ponto de vista britânico e eles estavam falando: "Ela esteve no Top 3 das paradas musicais, e foi no Top of The Pops , e fez muito melhor do que o fracasso do álbum anterior”. E foi o oposto total para mim! É tão ridículo, esta narrativa de sucesso e fracasso. Como, se você faz algo surpreendente, a próxima coisa tem que ser horrível. É como o tempo ou algo assim. Dez anos mais tarde, alguém assiste na Islândia ou na China e é totalmente irrelevante. Para mim, ela sempre representará a época de exploração da ...

Sindri Eldon explica antigo comentário sobre a mãe Björk

Foto: Divulgação/Reprodução.  O músico Sindri Eldon , que é filho de Björk , respondeu as críticas de uma antiga entrevista na qual afirmou ser um compositor melhor do que sua mãe.  Na ocasião, ele disse ao Reykjavík Grapevine : "Minha principal declaração será provar a todos o que secretamente sei há muito tempo: que sou melhor compositor e letrista do que 90% dos músicos islandeses, inclusive minha mãe".  A declaração ressurgiu no Twitter na última semana, e foi questionada por parte do público que considerou o comentário uma falta de respeito com a artista. Na mesma rede social, Sindri explicou:  "Ok. Primeiramente, acho que deve ser dito que isso é de cerca de 15 anos atrás. Eu era um idiota naquela época, bebia muito e estava em um relacionamento tóxico. Tinha um problema enorme e realmente não sabia como lidar com isso. Essa entrevista foi feita por e-mail por um cara chamado Bob Cluness que era meu amigo, então as respostas deveriam ser irônicas e engraçadas...

Primeiro álbum de Björk, que foi lançado apenas na Islândia, completa 45 anos

Há 45 anos , era lançado na Islândia o primeiro álbum de Björk . A artista tinha apenas 12 anos de idade . Batizado com o nome dela, o disco marcou uma fase de transição em sua jornada musical. Conheça os detalhes: Em 1976, Björk se tornou conhecida na mídia local pela rádio islandesa RÚV , que transmitiu uma gravação dela cantando o hit "I Love to Love" de Tina Charles : O registro aconteceu em um concurso na escola que ela frequentava. Cada aluno era convidado a demonstrar um dom artístico. Toda semana, eram realizadas atividades que os encorajavam a se expressarem. A gravação foi feita por um professor e chamou a atenção de um empresário da gravadora Fálkinn , que também distribuía na Islândia os discos de artistas da EMI , Polygram e Island Records . Aliás, o disco "Björk", de 1977 , é o lançamento mais famoso dessa gravadora, que já não existe mais! "Eu cantei, porque era isso que eu fazia. O tempo todo. Esse cara contatou minha mãe. Ele queria ganhar ...

Saiba tudo sobre as visitas de Björk ao Brasil

Relembre todas as passagens de Björk por terras brasileiras! Preparamos uma matéria detalhada e cheia de curiosidades: Foto: Reprodução (1987) Antes de vir nos visitar em turnê, a cantora foi capa de algumas revistas brasileiras sobre música, incluindo a extinta  Bizz,  edição de Dezembro de 1989 . A divulgação do trabalho dela por aqui, começou antes mesmo do grande sucesso e reconhecimento em carreira solo, ainda com o  Sugarcubes . 1996 - Post Tour: Arquivo: João Paulo Corrêa SETLIST:  Army of Me One Day The Modern Things Venus as a Boy You've Been Flirting Again Isobel Possibly Maybe I Go Humble Big Time Sensuality Hyperballad Human Behaviour The Anchor Song I Miss You Crying Violently Happy It's Oh So Quiet.  Em outubro de 1996, Björk finalmente desembarcou no Brasil , com shows marcados em São Paulo (12/10/96) e no Rio de Janeiro (13/10/96) , como parte do Free Jazz Festival . Fotos: ...