Pular para o conteúdo principal

O brilho do show Björk Orkestral no Bluedot Festival

Björk se apresentou no Bluedot, um festival na Inglaterra. O show aconteceu no Observatório de Jodrell Bank com a participação da Orquestra Hallé de Manchester e do maestro Bjarni Frimann Bjarnason. Ao final do set, a cantora comentou que estava com Covid até 5 dias atrás.

Inicialmente, foi anunciado que o concerto também teria conteúdo visual feito sob medida para ser projetado no Telescópio Lovell, que tem mais de 75m. O local é Patrimônio Mundial da UNESCO.

O que aconteceu foi que essa ideia acabou sendo descartada. Segundo a One Little Independent, gravadora da artista, a turnê "Orkestral" tem como principal foco os vocais e arranjos das canções da islandesa. Por esse motivo, não houve adição de instrumentos extras, cenários e vídeos.

O espetáculo iria acontecer em 2020, mas foi adiado por causa da pandemia. Quando foi anunciado, a equipe do festival disse em comunicado:

"Björk é uma artista que trabalha no terreno criativo entre arte e ciência, então é incrível que seja a atração principal de um festival na casa da Astrofísica no Reino Unido. Estamos extremamente gratos por seu entusiasmo em tornar esse retorno do Bluedot algo único".

O The Guardian escreveu: "Vestida como uma espécie de lesma espacial, Björk brilhou mais forte do que todas as estrelas no observatório. O show teve um começo lento, quase sombrio, pesado na contenção e poderoso na emoção. Nenhum beat eletrônico foi ouvido, uma parte tão vital do trabalho dela.

O que permanece marcante em toda a apresentação é o quanto a ternura e a delicadeza se destacam. Ao olharmos mais uma vez para o telescópio ao lado do palco, que se parecia com a lua, víamos que o cenário era adequadamente único.

"Jóga" e "Hyperballad" foram quase esmagadoras. Depois de superar o Covid, a cantora levou sua voz o mais longe possível". Ela confessou: "Na verdade, tive Covid há cinco dias, então não sabia se conseguiria atingir as notas altas, mas foda-se! Foda-se a Covid! Muito obrigada, pessoal".

Antes de terminar o show ao som de "Pluto", Björk apresentou os músicos e explicou: "Nós tentamos fazer apenas arranjos de orquestra para essa turnê, mas também queríamos nos dar algum desafio orquestrando alguns beats de techno, porque os beats merecem isso!", arrancando aplausos e risadas do público. "Então não se segurem se vocês quiserem dançar. Enfim, me digam o que acharam. Obrigada por essa noite!", finalizou.



O The Times declarou: "Sua voz vulcânica soou caracteristicamente forte em todo o set, cheia de cor e textura. Vestida com um elaborado vestido longo, touca e máscara, ela estava como uma obra de arte viva e tipicamente deslumbrante, pulando pelo palco como um Teletubbie de vanguarda".

Assistindo aos vídeos registrados pela plateia, notei que o telão do festival estava desligado, atrapalhando a visão de quem estava acompanhando de longe do palco. Também foi assim nos shows anteriores, incluindo o de Montreux, no qual grande parte do público reclamou bastante nas redes sociais. Aparentemente, isso tem acontecido por solicitação da equipe de Björk. Espero que não seja o caso em São Paulo no Primavera Sound.

Maquiagem, máscara elaborada, roupas imensas e agora telão desligado em um espaço grande e ao ar livre? Complicado! A experiência do show ao vivo, principalmente para uma artista tão conhecida quanto ela, vai além de ouvir apenas a música. Nós nos acostumamos a admirar não só suas composições e sua voz, mas também a imagem da pessoa que vimos por muitos anos nos videoclipes e shows, a performance completa. O ingresso no Brasil está caríssimo. Se possível, queremos enxergá-la! 😅

Setlist:
1. Stonemilker
2. Aurora
3. Come to Me
4. Lionsong
5. I've Seen It All
6. History of Touches
7. Black Lake
8. Hunter
9. You've Been Flirting Again
10. Isobel
11. Bachelorette
12. Jóga
13. Quicksand
14. Hyperballad
15. Overture
16. Pluto

Foto: Santiago Felipe.

Postagens mais visitadas deste blog

Saiba tudo sobre as visitas de Björk ao Brasil

Relembre todas as passagens de Björk por terras brasileiras! Preparamos uma matéria detalhada e cheia de curiosidades: Foto: Reprodução (1987) Antes de vir nos visitar em turnê, a cantora foi capa de algumas revistas brasileiras sobre música, incluindo a extinta  Bizz,  edição de Dezembro de 1989 . A divulgação do trabalho dela por aqui, começou antes mesmo do grande sucesso e reconhecimento em carreira solo, ainda com o  Sugarcubes . 1996 - Post Tour: Arquivo: João Paulo Corrêa SETLIST:  Army of Me One Day The Modern Things Venus as a Boy You've Been Flirting Again Isobel Possibly Maybe I Go Humble Big Time Sensuality Hyperballad Human Behaviour The Anchor Song I Miss You Crying Violently Happy It's Oh So Quiet.  Em outubro de 1996, Björk finalmente desembarcou no Brasil , com shows marcados em São Paulo (12/10/96) e no Rio de Janeiro (13/10/96) , como parte do Free Jazz Festival . Fotos: ...

Hildur Rúna Hauksdóttir, a mãe de Björk

"Como eu estava sempre atrasada para a escola, comecei a enganar a minha família. Minha mãe e meu padrasto tinham o cabelo comprido e eles eram um pouco hippies. Aos dez anos de idade, eu acordava primeiro do que eles, antes do despertador tocar. Eu gostava de ir na cozinha e colocar o relógio 15 minutos mais cedo, e então eu iria acordá-los... E depois acordá-los novamente cinco minutos depois... E de novo. Demorava, algo como, quatro “rodadas”. E então eu acordava meu irmãozinho, todo mundo ia escovar os dentes, e eu gostava de ter certeza de que eu era a última a sair e, em seguida, corrigir o relógio. Fiz isso durante anos. Por muito tempo, eu era a única criança da minha casa, e havia mais sete pessoas vivendo comigo lá. Todos tinham cabelos longos e ouviam constantemente Jimi Hendrix . O ambiente era pintado de roxo com desenhos de borboletas nas paredes, então eu tenho uma certa alergia a essa cor agora (risos). Vivíamos sonhando, e to...

A história do vestido de cisne da Björk

20 anos! Em 25 de março de 2001 , Björk esteve no Shrine Auditorium , em Los Angeles, para a 73º edição do Oscar . Na ocasião, ela concorria ao prêmio de "Melhor Canção Original" por I've Seen It All , do filme Dancer in the Dark , lançado no ano anterior.  No tapete vermelho e durante a performance incrível da faixa, a islandesa apareceu com seu famoso "vestido de cisne". Questionada sobre o autor da peça, uma criação do  fashion   designer macedônio  Marjan Pejoski , disse: "Meu amigo fez para mim".    Mais tarde, ela repetiu o look na capa de Vespertine . Variações também foram usadas muitas vezes na turnê do disco, bem como em uma apresentação no Top of the Pops .  "Estou acostumada a ser mal interpretada. Não é importante para mim ser entendida. Acho que é bastante arrogante esperar que as pessoas nos compreendam. Talvez, tenha um lado meu que meus amigos saibam que outros desconhecidos não veem, na verdade sou uma pessoa bastante sensata.  ...

Debut, o primeiro álbum da carreira solo de Björk, completa 30 anos

Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango...

Em carta aberta no Facebook, Björk fala sobre assédio sexual

Björk publicou em seu Facebook, na tarde deste domingo, um texto em que revela que foi vítima de assédio sexual por um diretor dinamarquês . Confira a tradução do post na íntegra: "Me sinto inspirada por ver mulheres pelo mundo se pronunciando sobre esses casos (de abuso sexual) na internet. Isso me fez sentir vontade de contar minha experiência com um diretor dinamarquês.  Porque eu venho de um país onde a diferença entre os sexos é pequena, apesar de ainda existir, e no momento em que tenho certa força no mundo da música com uma independência, que foi duramente conquistada, sempre esteve extremamente claro para mim que quando eu entrasse na carreira de atriz, meu papel e humilhação como uma menor sexualmente assediada seria uma norma para um diretor cuja a equipe de dezenas de pessoas permitiu e o encorajou a fazer isso.  Eu estava ciente de que é algo universal, em que um diretor pode tocar e assediar suas atrizes à vontade e a indústria do cinema per...