Björk disse que os programas de TV da Islândia fazem com que assassinatos pareçam ser uma ocorrência diária no país. Ela pede que isso seja alterado, pois acredita que não reflete a realidade da região.
A artista concedeu uma entrevista para rádio local X977. Ela falou sobre o álbum "Fossora", mas também abordou uma série de outros tópicos durante o bate-papo, dentre eles o material violento veiculado na televisão islandesa:
"Quero pedir aos artistas islandeses que fazem programas de TV e filmes, que parem de exibir tantos assassinatos. Isso não é uma piada! Não é nossa realidade que haja cinco assassinatos por semana em uma vila de pescadores no norte. E então olhamos para esse conteúdo e nas últimas semanas, brigas de facas começaram a aparecer na cidade", disse ela.
Björk diz que o assunto é sério e, nesse contexto, relembra o tiroteio na Sandy Hook Elementary School, ocorrido há dez anos nos Estados Unidos, não muito longe da casa de sua filha.
"Não é brincadeira ter um filho em uma escola onde há tanta violência. Nos Estados Unidos, há dois assassinatos em massa por dia. Queremos essa realidade na Islândia?".
Nos últimos vinte anos, Björk dividiu seu tempo entre a Islândia e Nova York.
"Estou completamente de mudança agora. Vendi a casa no Brooklyn", conta Björk sobre a mudança para a Islândia. Ela explica que também se inspirou na política dos Estados Unidos quando estava escrevendo para o novo álbum, como na canção "Atopos".
"Foi antes das eleições, quando Trump felizmente não foi reeleito! Eu estava assistindo muito a toda essa situação lá. Naturalmente, tinha outra casa nos Estados Unidos e minha filha é metade norte-americana. Teria sido terrível se Trump tivesse sido eleito por mais quatro anos, porque as lacunas entre as pessoas estão crescendo constantemente. É possível ver isso na política e especialmente nas questões ambientais. Precisamos chegar a um acordo sobre como resolver isso".
Foto: Santiago Felipe.