"Quando comecei a fazer música, a Islândia tinha sido colônia dos dinamarqueses há 600 anos e éramos maltratados, como é o caso das pessoas que foram colonizadas.
Então, quando nos tornamos independentes em 1944, que foi muito próximo da época em que meus pais nasceram, eu fazia parte da primeira geração a ser criada por pais independentes.
Fiz parte de uma geração punk na Islândia que muito fez para encontrar e definir a identidade do país, como aconteceu com muitos músicos brasileiros nos anos 60, quando artistas de diferentes cores e etnias se juntaram.
Na Islândia nos anos 80, havia muita comemoração de que já éramos independentes, não éramos mais uma colônia, então nos aproximamos da nossa natureza, a transformamos em nosso elemento principal.
Podemos ser globais e tecnológicos, mas sem sacrificar a natureza. É por isso que acho que a relação entre tecnologia e natureza na Islândia sempre foi amigável. Não aparecem como inimigas, como acontece no Reino Unido ou nos Estados Unidos.
Se deve sempre ter em mente que se você é músico no Chile ou na Islândia, é importante ter um pé nas raízes, estar conectado com sua origem e autenticidade, assim como com coisas novas e com o momento em que está vivendo.
A tecnologia é uma ótima ferramenta, mas é mais sobre o que você faz com ela. E isso revela que tipo de ser humano você é.
Com a tecnologia você pode curar, educar, como também pode destruir, expressar amor ou ódio.
Tudo o que os humanos podem fazer pode ser expresso através da tecnologia. Então, enfim, depende da intenção, de como se usa".
- Björk em entrevista ao La Tercera, 2022.