Sobre a metáfora do "fungo" que guia o disco "Fossora", Björk explica:
"É algo que vive no subsolo, mas não as raízes das árvores. Um "álbum de raiz de árvore" seria bastante severo e estoico, mas os cogumelos são psicodélicos e aparecem em todos os lugares", ela considera essa tese, aparentemente satisfeita.
"O meu "período de fungo" foi borbulhante e divertido, com muita dança. E o headbanging/bate cabelo no final de cada música... aaahhhh!".
Björk fala de sua obsessão pandêmica por documentários como "Fungos Fantásticos", que é cheio de imagens com rápida passagem de tempo da disseminação de redes de fungos:
"Eu fiquei tipo: "Eu não consigo entender por que estou ressoando tanto com isso. É porque esse vírus está se movendo, ferindo todo o planeta?".
Os cogumelos também tinham um apelo poético: ao decompor plantas e animais mortos e reciclarem seus nutrientes no solo, os fungos criam uma nova vida a partir da morte. Eles também podem digerir poluentes, decompor petróleo bruto, plásticos e armazenar carbono para reduzir o aquecimento global – um símbolo de esperança recuperada. Cogumelos são muitas vezes a primeira vida a brotar da ruína nuclear, acrescenta Björk. "Eles provavelmente vão se sair muito bem, depois que...".
Um longo silêncio surge. Depois que a humanidade acabar?
"Não que eu seja niilista", ela diz, resistindo à implicação de que a extinção humana é inevitável. "Mas se você ampliar/dar zoom no mundo deles, na verdade estamos indo bem".
- Entrevista para Pitchfork, 2022.