"Não é uma coincidência que quando escrevi "Atopos", Trump ainda era o presidente [dos Estados Unidos]. Acho que foi apenas alguns meses antes da eleição de Biden.
A diferença entre democratas e republicanos nos EUA estava aumentando, e sinto que está acontecendo em muitos outros países no momento. Então, "Atopos" é sobre essa lacuna e como superá-la".
Embora o discurso político pareça mais dividido do que nunca, essas lacunas também existem em nossos relacionamentos pessoais:
"Como acontece com amantes ou amigos. Quando saímos, vamos nos concentrar nas coisas que temos em comum? Que ambos gostamos do mesmo tipo de música? Ou vamos focar no que não temos em comum? Que um de nós gosta de esportes e o outro de artes visuais. Ou [que somos de] gerações diferentes, ou seja lá o que separa as pessoas. Gostos diferentes para comida ou qualquer outra coisa.
Eu sinto que em muitas amizades ou relacionamentos amorosos, é uma escolha. Quando você sai com essa pessoa, você está focando principalmente no que vocês têm em comum? Ou você está focando nas coisas que os separam?
A música é como uma meditação sobre isso e a razão pela qual eu queria que o beat, ou o clima de "Atopos" fosse um pouco agressivo, é porque é uma espécie de confronto do tipo:
"Saia dessa! Se você quer uma união, você tem que se concentrar nas coisas que temos em comum!".
Quando as pessoas ficam presas em focar nas coisas que nos separam e então reclamam que não há união!".
- Björk em entrevista ao Double J, 2022.