"Björk nos explicou os elementos conceituais e a construção do mundo por trás do álbum "Fossora" quando ela nos convidou para trabalhar em beats com ela", explica Atli Finnsson ao The Guardian. Ele faz parte do Sideproject.
A lendária artista islandesa se aproximou deles em um dos shows do grupo. Os membros vieram de um coletivo de arte de grassroots/de base em Reykjavík, o Post-Dreifing. Eles logo se uniram a ela devido ao amor compartilhado pela música eletrônica de vanguarda. A cantora lhes contou suas intenções em incluí-los em "Ovule", a faixa em que eles colaboraram no disco.
"Ela explicou onde a música foi definida em sua mente: algum bar de jazz finlandês e obscuro que existe no futuro", diz Örlygur Steinar Arnalds. "Ela disse que deveria soar como a "Cantina Band" (de Star Wars). Então tentamos fazer um beat meio jazz e futurista".
Os jovens de vinte e poucos anos do Sideproject dizem que conheciam "Cantina Band" de "jogar o videogame Lego Star Wars um milhão de vezes" quando crianças. "Para nossa geração, é uma peça musical que vem desse "meme"", acrescenta Finnsson. Mas não foi esse o som que causou a maior impressão em sua contribuição para "Fossora" – na verdade, Finnsson diz que é chocante assistir ao filme agora e ver que a "Cantina Band" está tocando esses instrumentos "estranhos e alienígenas", mas os sons em si são tão normais" – tanto quanto o exercício criativo solicitado pela direção de Björk.
"Aquela conversa com ela foi realmente inspiradora, imaginando música em outro mundo. Tipo: "como seria a música sem nenhum contato com o jazz?"", diz Arnalds. "Tem sido um ponto de referência para o nosso trabalho desde então – escrever música para algum outro lugar, imaginar um mundo onde a música soaria como a música que estamos fazendo. E "Star Wars" é um ótimo ponto de partida para isso".
- Outubro de 2022.
Fotos: Santiago Felipe/Reprodução.