"Acho que todos os meus álbuns são experimentais, mas nos anos 90 eu era mais conhecida pelas músicas pop.
No entanto, "Fossora" é uma mistura de canções de ritmo crescente, mas também não é nada de Stockhausen!
Reflete a variedade do que escuto: folk tailandês, techno africano, Beyoncé, músicas islandesas tranquilas… Assim como uma boa refeição, gosto de variedade!
Para mim, uma música é um vaso maravilhoso que podemos jogar um problema dentro para tentar resolvê-lo.
Eu vou fazer uma declaração! (risos) Meus álbuns sempre foram os mesmos e isso não mudou, eles sempre foram assim. Um equilíbrio entre música eletrônica experimental, techno, baladas e pequenos e doces toques pop aqui e ali, não muito, apenas pequenos toques".
- Como você enxerga agora a artista que era quando começou?
"Acho que nos anos 90, como qualquer pessoa na casa dos vinte anos, eu era muito mais impulsiva, mais intuitiva. E aprendi à medida que envelheci a estar mais atenta ao subconsciente.
Eu entendo melhor o que está acontecendo. À medida que envelhecemos, ganhamos em espessura, em complexidade, o que não é necessariamente melhor ou pior, é como maçãs e laranjas, é apenas uma coisa diferente uma da outra.
Algumas coisas se tornam mais fáceis: em termos de técnica, organizar seu dia e sua energia mais facilmente, coordenar melhor [a relação] com seus entes queridos, respeitando seu próprio ritmo e sua própria energia. Fica mais fácil! Coisas assim.
Quando eu tento pensar nesses diferentes períodos, eu diria que é o mesmo que com a minha voz, como eu já disse antes. Você ganha algumas coisas, você perde outras.
Acho que há uma certa força na simplicidade do "Debut" e em sua natureza impulsiva. Às vezes, é a simplicidade!
Mas também tem o fato de que hoje tenho mais ferramentas à minha disposição, sou melhor em produção, melhor em arranjos... Bom, não sei o que acrescentar! (risos).
Acho que cada período da vida é ótimo! É apenas diferente para todos".
- Björk em entrevista ao Le Point FR e Totémic, 2022.