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Fossora e o reencontro de Björk com as próprias raízes

"Enquanto escrevia as músicas de "Fossora", eu vendi o meu apartamento no Brooklyn. Repatriei através de um contêiner tudo o que tinha guardado lá.

Posso dizer que pela primeira vez desde os anos 90, quando comecei a morar em Londres, todos os meus pertences estão em uma casa só. Isso me dá um prazer louco!

O álbum fala sobre concentrar todo o seu ser, aqueles que você ama, suas posses em um lugar e encontrar coisas positivas vindo disso".

- Você acha que a influência de "Fossora" é algo mais local (da Islândia)?

"Canções de amor, como "Freefall" e "Atopos", são inspiradas na terra do amor, que está em todos os lugares e em nenhum lugar ao mesmo tempo. Não há necessidade de GPS.

As músicas sobre minha mãe são muito relacionadas à Islândia, claro. A colaboração com Kasimyn, do Gabber Modus Operandi, tem raízes aqui e na Indonésia. Editei aqui os ritmos dele, que compõem metade do álbum.

Eu estava na minha cabana, me divertindo enquanto o sol batia na janela, a natureza gritava sua beleza do lado de fora da porta. A energia do verão islandês está nesses ritmos do disco.

É difícil para algumas pessoas entenderem, quando digo, por exemplo, que os beats de "Pluto" são como o som de um vulcão. Me dizem que o techno é urbano. É verdade! Mas para mim, é rural".

- Björk em entrevista para Libération, 2022. 

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