"Há muito prazer em "Fossora". Se trata de aproveitar aquele espaço. Por isso acabou ficando com esse tema do "fungo". E quando digo "fungo" me refiro a um tipo de som, com seis clarones graves, notas profundas e bem grandes.
O disco é projetado para a extremidade inferior. É preciso quase estar dentro de todo aquele baixo, preenche toda a sala. Fiquei pensando: "Eu deveria dizer às pessoas que elas tem que ouvir esse álbum bem alto". É bom para sentar próximo à lareira e tomar uma bebida com os amigos na sala de estar".
"Ou para alimentar uma rave solo?", perguntou o repórter. "É muito disso!", gritou a islandesa ao responder.
Ela teria encontrado a vibe harmoniosa em "Fossora" se não fosse forçada a "frear" a carreira em meio a uma pandemia?
"Essa é uma boa pergunta. Provavelmente, não sei a resposta. Me desculpe! Mas eu sei com certeza que se eu olhar para trás na minha natureza e como ela funciona normalmente entre os álbuns, vejo que quando empurro algo de uma maneira realmente extrema, tento voltar ao assunto no disco seguinte. Eu fico como uma adolescente, tipo: "Eu superei isso!".
A maneira de começar tudo de novo vem com algum tipo de plano ou manifesto. Quando eu chamei o anterior de "Utopia", era porque queria que as pessoas soubessem que eu estava ciente de que era um idealismo".
A artista compara essa trajetória com o que ela expressou do "Homogenic" até "Medúlla" – um arco de três álbuns que vai do "desgosto" a "criação de um paraíso ideal", e depois volta à realidade. "Primeiro você cria esse universo com som, depois ele se torna real e você se move até ele. "Medúlla" e "Fossora" estão vivendo no mundo que você criou! As letras são mais sobre viver essa vida no dia a dia e amá-la".
- Entrevista para NME, 2022.