"Para mim, a música é uma companhia natural, mais do que as pessoas. Acho surpreendente o ambiente de "confronto" em uma sala cheia de gente com quem temos que conversar. Uma canção é um ambiente mais natural".
Björk trocou os encantadores sons agudos do álbum anterior, "Utopia", por uma profunda "terraplenagem", com o uso de clarones e teve que planejar e ajustá-los para ter certeza de que os tons graves não atrapalhariam uns aos outros:
"Foi bom que tivéssemos tempo! Ensaiamos e gravamos na minha cabana nas montanhas. Lá todos dormimos, cozinhamos, ficamos presos com o carro na neve e por tentativa e erro encontramos a maneira de usar seis clarones de uma só vez.
Essa é a vantagem da Islândia. Nos estúdios das cidades europeias, você tem que entrar com uma partitura pronta e tem uma hora para gravar!".
A ideia para o estilo de produção veio também das "raves caseiras" para poucos amigos, que ela organizou durante o lockdown na Islândia, cuja situação era muito diferente da maioria dos países do resto do mundo:
"Às 11 horas da noite, todos iam embora (da festa), exceto aqueles que estavam passando por algum problema, como coisas do amor ou algo assim. Colocávamos uma música triste e conversávamos um pouco.
Antes do [isolamento da] Covid, primeiro as pessoas falavam e então dançavam às 3 da manhã. Mas aí fico muito cansada! Prefiro fazer o inverso, dançar primeiro, depois falar. É disso que se trata o novo álbum".
- Entrevista para NRC, 2022.