Björk sempre apresentou o som de sua música de maneiras visuais interessantes: videoclipes pioneiros, exposições de realidade virtual, obras de arte imaginativas e performances no palco.
"Eu estive em bandas por cerca 10 anos e adoro colaboração e trabalho em equipe. Eu estava bem atrasada para o jogo como artista solo. Fiz meu primeiro aos 27 anos.
O que eu faço é assumir o controle total da música em meus álbuns. Não há trabalho em equipe nisso. Eu tomo a iniciativa [de como tudo deve ser feito]. Há colaboração, claro, mas é o meu álbum!
Para o aspecto visual, faço trabalho em equipe, mas é minha responsabilidade garantir que haja uma ponte entre a música e o aspecto visual".
Björk ficou descontente algumas vezes no Sugarcubes quando sentiu que não havia nenhuma conexão entre a música e o visual:
"Nos dias em que eu estava na banda, Einar Örn Benediktsson e Sigtryggur Baldursson cuidavam da comunicação com o mundo exterior e marcavam os shows.
Naquela época, não podíamos fazer isso online. Sigtryggur ficava sentado lá escrevendo cartas para Berlim e algumas bandas punk no exterior: "Querida banda punk, nós podemos, por favor, tocar no seu porão?". E aí receberíamos uma resposta deles um mês depois. Esse era o departamento deles.
Eu era quem estava em contato com os fotógrafos e quem fazia os vídeos. Eu aprendi fazendo! Às vezes, eu via que sim, era daquele jeito que eu imaginava que seria o visual daquela música. E outras vezes, eu via uma foto e pensava: "não, não é isso"".
Depois de uma década aprendendo fazendo, Björk já era bem versada em conectar música ao visual.
"Percebi o que os conecta. Cores, textura, sentimento. Mas ainda acho que vou passar os próximos 30 anos tentando resolver esse enigma".
Hoje, Björk tem em mente um plano rígido. "Digo: "Essas são as cores, a textura". É por isso que me refiro em taquigrafia visual, tipo: "Esse é o meu álbum de cogumelos". Todos ao meu redor começam a pensar que estou confusa, mas o que estou dizendo é que é isso que une tudo.
As músicas de "Fossora" são diferentes umas das outras, mas tem em comum aquele sentimento "subterrâneo" e o tema fúngico".
- Entrevista ao Iceland Review, 2022.