"Eu me lembro de ouvir o ensaio do Tappi Tíkarrass no auditório da escola, em 1981. Björk tinha apenas 16 anos, mas mesmo durante a passagem de som ela conseguiu fazer uma performance significativa.
Quando você a vê pela primeira vez no palco, ela te pega de surpresa, você não consegue esquecer daquilo. Mesmo se trabalham juntos há anos!
Fiquei muito surpreso que "Birthday" se tornou um sucesso. A música parecia surgir do nada, completamente finalizada. Björk começou a cantarolar a melodia e a canção nasceu. Foi mágico! Mas não achei que seria um sucesso.
Nós éramos punks e não pensávamos assim. Ficamos todos muito pressionados! Antes a gente administrava nossa pequena gravadora na Islândia, e quando assinamos com a Elektra nos Estados Unidos, de repente esperavam que fizéssemos muitas coisas. Não estávamos nada felizes em ter que agendar sessões de autógrafos nas lojas e fazer divulgações em rádios. Também tivemos turnês exaustivas, o que afetou a voz de Björk.
Na época, era impossível levar músicas prontas para os ensaios. Todos traziam ideias, que depois finalizávamos juntos moldando como esculturas de barro. Mas ficou óbvio para nós que Björk precisava de um canal diferente para se realizar. Eu me lembro dela levando uma versão inicial de "Human Behavior", que não combinava muito com o estilo Sugarcubes.
Adoro vê-la explorar constantemente novos horizontes! A oportunidade de aprender sobre o mundo ao seu redor é o principal significado disso para ela.
Ninguém dominou as extensões do universo musical dessa maneira! Ninguém fez isso com a coragem e determinação que Björk mostra. Quem mais pode reunir músicos clássicos, hardcores de rave, fãs de pop, e artistas e compositores de vanguarda?
Quase sem ajuda externa, Björk manteve uma abordagem modernista da criatividade, trazendo para o maior público possível as ideias mais "estranhas", muitas das quais não estariam nas rádios hoje.
Ela tem sido um ícone na Islândia, está sempre à frente. Acho que essas qualidades são óbvias não apenas para os amantes da música, mas também para as pessoas comuns. Ela tem o status de uma lenda".
- Siggi Baldursson em entrevista para Uncut Magazine, 2022.