"É uma bela bênção que as pessoas continuem interessadas no meu trabalho. É algo que nunca dou por garantido, especialmente depois de estar ausente por um tempo. É uma grande festa, como a de uma colheita.
Já faz cinco anos desde o meu álbum "Utopia", então tem muito tempo que não dou entrevistas. É interessante voltar a fazer isso depois de ter passado todo esse tempo na Islândia fazendo coisas banais, como cozinhar, ir a um café, estar com os amigos, com a família.
Tenho que admitir que existe um certo contraste entre essas duas coisas. É por isso que tento não pensar muito em adjetivos sobre mim. Me sinto mais empolgada em conhecer pessoas diferentes, com humanos diferentes com os quais estou me conectando, mesmo que seja pelo Zoom".
- Uma vez você disse (em uma entrevista para a MTV Brasil de 1996) que te incomodava que lhe pedissem autógrafos, porque na sua opinião as pessoas se humilhavam quando faziam isso. Você comentou que considera que fazer música é o mesmo que ser eletricista ou operário. Ainda pensa assim? Como lida com ser uma figura pública hoje?
"Sim, ainda me sinto da mesma maneira. Na Islândia ninguém pede autógrafos, isso seria estúpido (risos). (Reykjavík) é uma cidade de cem mil habitantes e as pessoas não ficam pedindo autógrafos umas às outras, seria uma grande bobagem.
Não temos essas hierarquias ou status de celebridade. Isso não existe! Acho que a vida que levo é muito fácil de levar. Eu vivo uma vida muito normal e quando viajo, simplesmente vou a lugares bastante normais. E isso não me restringe de forma alguma".
- Björk em entrevista ao Infobae Teleshow, 2022.
Foto: Santiago Felipe.