"Minha primeira videochamada com Kasimyn (do Gabber Modus Operandi) foi muito engraçada. Eu sei 80% de inglês e ele... bom, talvez 60%? Então escolhi a linguagem das metáforas musicais:
"Álbum anterior ("Utopia"): sem baixo, sintetizadores, flautas, uma ilha nas nuvens. Novo álbum ("Fossora): seis clarones, escavações, socos no estômago de dinossauros... Você entende o significado?", disse Björk em entrevista para a Uncut Magazine.
Em novembro de 2017, essa mesma revista reuniu depoimentos de diversos colaboradores da islandesa. Um deles foi Marius De Vries:
"Vez ou outra, ela me pedia por novos sons da seguinte forma: "Eu quero que soe como o topo macio de um coco" ou "Sabe o som de quando a gente aperta um tubo de pasta de dente? Tem que ser assim". O melhor de tudo é que eu a entendia!
Björk se comunica de uma forma maravilhosa, mas o inglês ainda é sua segunda língua. Por causa de sua dicção, algumas palavras se tornam únicas. Em uma ocasião, questionei a forma como ela cantou parte de uma frase em "Possibly Maybe" lhe dizendo: "Não. Nós não falamos assim", e ela me respondeu: "Bom, eu falo".
Ela não quer ser confinada pelas regras da língua. Existe uma inteligência feroz escondida por trás de sua poesia".
Foto: Vera Palsdottir.