"Por mais que estivesse apaixonada por todo o contexto das raves e idas a boates, eu sabia que isso não era tudo de mim, sabe? É um ambiente de sexta-feira à noite, mas há outros seis dias na semana.
Acredito que tentava encontrar algo no meio disso, como uma cantora em um espaço junto de um quarteto de cordas, e onde ambos os lados pudessem ter o tipo de oportunidade de "confissão". É um cânone maravilhoso.
Muita gente da área do mundo da música clássica, estava entrando em contato comigo. As pessoas estavam me oferecendo várias coisas, o que foi lisonjeiro, mas leva bastante tempo! Eu estava me sentindo mal, porque se fizesse alguma daquelas coisas [que estavam me convidando], não poderia dar o meu melhor. Então, eu só fiz um pouco daquilo tudo. Naquela época, comecei a ficar muito consciente. Fazer menos coisas, mas dar tudo de mim!
Além disso, eu queria ser a autora. Depois de 10 anos em bandas e servindo a outra visão, mesmo que seja a visão do grupo... Aquilo não era a minha visão, entende? Eu não queria servir à visão de nenhum outro compositor ou maestro, ou apenas ser a intérprete! Eu queria tentar, como mulher!
Aquelas experiências foram educativas e incríveis, mas também me ensinaram que não estava me faltando nada ali! O que eu precisava focar é a minha missão. Sem querer parecer muito ingrata, porque acho que existem artistas performers incríveis no mundo, que simplesmente fazem isso. E essa é uma profissão muito valiosa e respeitável.
Mas eu senti que meus pontos fortes como musicista são mais em ser uma cantora e compositora. Escrever meu próprio material, performá-lo e me colocar em uma situação em cada álbum onde aprendo um pouco mais, e me torno apenas um pouco melhor no que estou fazendo. Colocar todos os ovos nessa cesta. Isso faz sentido?".
- Entrevista para o podcast "Sonic Symbolism", 2022.