"O "Debut" tem memórias e melodias da minha infância e adolescência, enquanto "Post" foi o primeiro álbum que era exatamente o que eu escrevi nos dois anos anteriores. Foi um disco em que pensei: "Deixei de lado a energia bruta, mas eu quero trazê-la de volta". Eu queria aprender! "Ok, como posso montar uma banda e tocar ao vivo, mas também podendo manter essa energia?".
Queria que tivesse muitas surpresas! Começando com "Army of Me", que era como um portal bruto e uma música de metal, a última coisa que pensei que as pessoas esperariam depois do "Debut", e ainda como single.
Mas acredito que também foi um experimento abraçar toda a música do mundo, ser tão inclusiva, amar tanto a música, que poderia ter todos esses gêneros diferentes e torná-los coesos, porque o que estava "colando" tudo aquilo é o amor pela música.
No minuto em que decidi seguir carreira solo, o que era um tabu para a geração punk, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que se mudou para a cidade grande e se tornou tão "cheia de si" que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia.
A cultura nos anos 90 era que, geralmente havia samples em todas as músicas, mas eu não queria fazer isso. Só que, às vezes, isso também era uma ideia bonita, porque é como se você estivesse citando algo, como o lugar de onde você vem, prestando respeito por aquilo.
Então, pode ser como uma coisa honorária. E eu meio que geralmente vetei isso, com no máximo, dois samples por álbum. "Cover Me" é uma música que eu escrevi, tocando o Cravo que tinha na minha casa. Então, era mais uma canção de solidão".
- Björk em entrevista para o podcast "Sonic Symbolism", 2022.