"O que muitas vezes acontece para nós músicos é que, uma vez terminado o álbum, saímos em turnê e começamos a pensar no próximo disco em segredo.
É importante neste momento nos livrarmos de toda intenção, seguir o instinto. Eu diria até: [nos livrarmos] de nossas entranhas!
Eu precisava estar na Islândia, com as minhas raízes, para me sentir em casa, na minha aldeia, com os meus amigos e a minha família.
Todos moram perto. Aquele tipo de vida simples… Sem voar o tempo todo… A pandemia aumentou esse sentimento. Eu poderia ter entrado em pânico e dito a mim mesma: "Tudo bem, vou fazer dez álbuns!!!".
Mas, felizmente, pensei o contrário: "Mais devagar, faça menos, volte para as coisas naturais, não forçadas”.
Encontrar coragem para não fazer nada, ter uma ideia e dizer a si mesma que é algo muito ruim e ignorar!
"Fossora" é um álbum que não foi feito com pressa, e acho que podemos ouvir isso [no resultado]. É um trabalho de cinco anos.
Quando eu tinha que cantar, dizia a mim mesma:
"Vou cantar hoje? Ok, vamos! Vou beber alguns cappuccinos e começar". Surgiu a partir de um desejo natural, algo como: "Beleza, vamos lá! Vamos fazer esse trabalho!".
Tentei silenciar aquela pessoa dentro de mim e ter uma energia mais suave e gentil. Encontrar paciência para esperar pela ideia certa".
- Björk em entrevista ao Les Inrockuptibles, novembro de 2022.