"[Na capa de "Fossora"], projetamos um cenário que parece que estou no subsolo, em verde e vermelho escuro por serem "tons terrosos".
As raízes digitais representam toda a música que descobri durante esse tempo. Devo dizer que realmente achei a pandemia muito frutífera e inspiradora. Um tempo cheio de esperança para mudanças sérias socialmente, para ficarmos mais próximos.
A capa serve como um atalho visual para o álbum. Se você pudesse fotografar tudo o que ouve, teria exatamente esses visuais. Eu tento converter o som em uma linguagem visual.
Foi muito divertido brincar com o clarinete. Semelhante ao que fiz com o trompete em "Volta" e as flautas em "Utopia". Tentei fazer o máximo de coisas diferentes possíveis para obter uma música calma, decididamente feliz e extremamente triste.
"Atopos" foi a faixa mais rápida e ritmada. Depois acrescentei a lenta melancólica de "Victimhood" e algumas canções animadas como "Fungal City".
Então, eu estava muito animada com este novo brinquedo e tentei de tudo para ver até onde poderia ir com isso. Foi uma fase emocionante e experimental e, aos poucos, fui percebendo o que funcionava, o que não funcionava e quais cores poderiam ser geradas.
Talvez seja a parte áspera e ousada que amo, a ideia de levar isso ao extremo e me afastar da perfeição técnica que defendo. Sair de algo limpo e livre de desordem, viver o nosso lado bagunçado, que também tem seu apelo.
E, sim, quando ouço esse tipo de música, na verdade me transformo em um troll! Quero pular, erguer os punhos para o teto e sentir uma libertação catártica. Acho importante dançar regularmente até a velhice".
- Björk em entrevista ao Siegessaeule, novembro de 2022.