"Na Islândia, há pouca desigualdade de gênero. Somos sortudos. As mulheres ocupam cargos de responsabilidade, também na política. Com o Sugarcubes, por exemplo, fui tratada da mesma forma que os homens. Foi quando viajamos para fora do país que senti a diferença…
Em certas situações em que fui objetificada, principalmente durante as sessões fotográficas. Fui tomada por um objeto: os fotógrafos mexeram no meu próprio corpo, me pediram para ficar em silêncio, passiva, para não me mover, para não mostrar minhas emoções.
Então eu estava fazendo exatamente o oposto! Estava expressando muito as minhas emoções! Isso muitas vezes desconcertava os fotógrafos, que esperavam que as mulheres fossem passivas.
Eu coloquei a música bem alta e transformei os ensaios em espaços de liberdade. Foi ali que acho que entendi o patriarcado.
Nos meus clipes, tive a chance de trabalhar com pessoas que pensavam como eu, Michel Gondry, Spike Jonze... Eles estão acostumados com mulheres fortes, não esperavam que eu me submetesse a nada.
Mas tudo isso mudou muito hoje! Estou muito animada com a geração mais jovem. É importante ter isso em mente, certo?".
- Björk em entrevista ao "Les Inrockuptibles", novembro de 2022.