Certa vez, Björk planejou gravar uma faixa ("Pneumonia") para o álbum "Volta", em Nova York, com um grupo de elite de músicos de sopro. Ela já havia gravado todo o resto do álbum em casa, na Islândia.
"Estávamos no estúdio e os instrumentistas pegaram todas as notas. Então dez dos melhores trompistas da cidade de Nova York olharam para mim e perguntaram quem iria reger, já que não havia maestro.
Quando perguntei se precisavam, olharam para mim como se eu fosse uma idiota. Então percebi que não poderia fazer isso como faço na Islândia".
Björk diz que felizmente ouviu falar de seu amigo Nico Muhly, que então foi o condutor dessa gravação.
"Ele recebeu o crédito por todos os metais do álbum, porque ele veio uma vez ao estúdio e regeu. Algo que não partiu dele, mas do jornalismo preguiçoso por aí, que depois corrigimos. Só porque havia um homem na sala, esperava-se que ele fizesse a coisa toda. A história se tornou completamente diferente agora, isso foi em 2007".
Björk vê uma grande diferença entre trabalhar com pessoas em casa e no exterior:
"Os flautistas e clarinetistas [de "Fossora"], por exemplo, vinham à minha casa às sextas-feiras. Eu sempre podia ouvi-los tocar, mudar uma oitava e liderar o beat. Então, todos nós fizemos isso juntos. É um pouco assim na Islândia, não há líder".
Björk dirige as gravações, mas conta que às vezes esteve ao lado dos instrumentistas até que eles pudessem se olhar nos olhos e fazer tudo sozinhos: "É algo que eu nunca poderia fazer fora do país, por exemplo".
- Entrevista ao Visir, Fevereiro de 2023.