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Björk lança videoclipe de Fossora

Usando como metáfora a maneira como os fungos se espalham pelo solo, a faixa-título do novo álbum de Björk, sintetiza no som e na letra a ideia de "criar raízes" em um só lugar.

Em entrevistas ao Les Inrockuptibles e Pitchfork durante a divulgação do disco, a islandesa explicou:

"Descrevi o som dessas canções para os músicos como o meu "álbum de cogumelos", com as raízes das árvores e o micélio se espalhando profundamente no solo.

Quando falo de cogumelos, estou falando mais de clarinetes, imaginando animais na terra, como toupeiras que cavam túneis, comem cogumelos e raízes. Esse é o som que eu queria criar em "Fossora".

Quando falo com engenheiros de som sobre um "álbum de cogumelo", eles entendem. É assim que nos comunicamos, principalmente entre músicos e técnicos. "Você pode me fazer soar como cinco elefantes? Algo muito pesado!". "Ok!". É um atalho útil.

Um "álbum de raiz de árvore" seria bastante severo e estoico, mas os cogumelos são psicodélicos e aparecem em todos os lugares. O meu "período de fungo" foi borbulhante e divertido, com muita dança. E o headbanging/bate cabelo no final de cada música... aaahhhh!".


Björk falou também de sua "obsessão pandêmica" por documentários como "Fungos Fantásticos", que é cheio de imagens com rápida passagem de tempo da disseminação de redes de fungos:

"Eu fiquei tipo: "Eu não consigo entender por que estou ressoando tanto com isso. É porque esse vírus está se movendo, ferindo todo o planeta?".

Os cogumelos também tinham um apelo poético: ao decompor plantas e animais mortos e reciclarem seus nutrientes no solo, os fungos criam uma nova vida a partir da morte. Eles também podem digerir poluentes, decompor petróleo bruto, plásticos e armazenar carbono para reduzir o aquecimento global – um símbolo de esperança recuperada. "Cogumelos são muitas vezes a primeira vida a brotar da ruína nuclear", acrescenta Björk. "Eles provavelmente vão se sair muito bem, depois que...".

Um longo silêncio surge. Depois que a humanidade acabar?

"Não que eu seja niilista", ela diz, resistindo à implicação de que a extinção humana é inevitável. "Mas se ampliarmos com um zoom no mundo deles, na verdade estamos indo bem".

A artista assina a direção do videoclipe de "Fossora" em parceria com Viðar Logi, M/M (Paris) e FutureDeluxe. Nas cenas, ela aparece ao lado do sexteto de clarinetistas Murmuri e de Kas (do Gabber Modus Operandi).



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