Pular para o conteúdo principal

A "colagem brutal" do videoclipe de Fossora

O estúdio de design experimental FutureDeluxe colaborou com Björk, M/M (Paris) e o fotógrafo/diretor Vidar Logi - para criar um videoclipe para a faixa-título do novo álbum da artista islandesa, "Fossora". 

"A capa do "Fossora", criada com um design com letras personalizadas por M/M (Paris), foi previamente animada para o trailer de lançamento do álbum", disse o produtor executivo da FutureDeluxe, Svet Lapcheva, para o site Animation World Network.

De acordo com Lapcheva, a FutureDeluxe criou um mundo que parece "vivo e conectado à música como a própria performance – mas que existia em paralelo com a performance, em vez de engoli-la".

Lapcheva explicou: "Em nossa primeira conversa, discutimos o conceito de "colagem brutal", uma maneira de criar um mundo que nos permitisse vislumbrar a complexidade do universo dos cogumelos de "Fossora", revelando um ecossistema cercado por esporos e luz".

A FutureDeluxe reinventou cada detalhe em tons refinados, recriados para hospedar vários organismos de "fungos digitais", apenas com mais texturas e maior fidelidade. 

"Cada letra, cada cogumelo digital e elementos frequentemente isolados, tem uma configuração reativa ao áudio da canção, bem como uma resposta às luzes [do vídeo]. Isso significa que instrumentos e hastes individuais direcionam o comportamento desse mundo digital. À medida que os músicos e a própria Björk criam a música, os cogumelos individuais ganham vida [ao redor dela]".

Vidar Logi dirigiu a performance ao vivo, trabalhando com Björk e M/M (Paris), seguido pela equipe de design de computação gráfica e direção de movimento da FutureDeluxe. As sequências foram projetadas para funcionar em conjunto com a edição, garantindo que as câmeras e a iluminação, combinadas com a performance de Björk, "não criem uma falsa sensação de integração, mas mantenham a estética brutal da colagem", explicou Lapcheva.

O vídeo leva os espectadores cada vez mais fundo no mundo de Björk em "Fossora", transportando-os para um complexo ecossistema de computação gráfica unida ao áudio da música, com "tons terrosos e noturnos".

A ideia era que as mutações micológicas - uma rede intrínseca de seres vivos reativos ao som - fossem impulsionadas pelas expressões sonoras tocadas por Björk e seus músicos. Desta forma, observou Lapcheva, "os dois universos paralelos estão em sincronia, ligados pela canção".

"Criar o universo visual paralelo à apresentação ao vivo de Björk foi um desafio prazeroso – e o resultado de longas discussões e reflexões colaborativas. Um ecossistema digital sobre solo, terra e fungos que se contorcem ritmicamente é um resumo emocionante, até porque nos permite abraçar a beleza das coisas mais sombrias das quais as pessoas geralmente evitam. Crucialmente, queríamos garantir que as imagens em movimento resultantes fizessem parte do mundo "Fossora", conforme imaginado por Björk", concluiu Lapcheva.

Foto: Reprodução.

Confira o resultado:

Postagens mais visitadas deste blog

Björk diz admirar a coragem de Lady Gaga como artista

"Definitivamente, gostei de algumas das roupas que a Lady Gaga está usando.   Eu a admiro por sua coragem, tudo estava ficando muito chato. Era como se todo mundo estivesse sendo conservador, e ninguém quisesse correr qualquer risco. Amo coisas teatrais, acredito que todos nós temos um lado teatral e um lado não tão teatral.  Quanto a música dela? Não é muito a minha praia. Tipo, não estou julgando. Algo muito bom sobre a música (em geral), é que a gente pode ter todos os tipos de canções para ouvir. Tem espaço para tudo. Já notei que mesmo que as coisas tenham mudado muito, sempre parece haver lugar para um monte de cantores homens, não vejo ninguém tratá-los como se o que fizessem fosse um duelo.  Ainda é como no tempo de " Christina Aguilera vs. Britney Spears ". Não quero ser colocada em uma posição na qual tenho que atacá-la. Achei muito injusto quando M.I.A e Joanna Newsom foram questionadas sobre Gaga e, por não gostarem de sua música, viraram imediatament...

Saiba tudo sobre as visitas de Björk ao Brasil

Relembre todas as passagens de Björk por terras brasileiras! Preparamos uma matéria detalhada e cheia de curiosidades: Foto: Reprodução (1987) Antes de vir nos visitar em turnê, a cantora foi capa de algumas revistas brasileiras sobre música, incluindo a extinta  Bizz,  edição de Dezembro de 1989 . A divulgação do trabalho dela por aqui, começou antes mesmo do grande sucesso e reconhecimento em carreira solo, ainda com o  Sugarcubes . 1996 - Post Tour: Arquivo: João Paulo Corrêa SETLIST:  Army of Me One Day The Modern Things Venus as a Boy You've Been Flirting Again Isobel Possibly Maybe I Go Humble Big Time Sensuality Hyperballad Human Behaviour The Anchor Song I Miss You Crying Violently Happy It's Oh So Quiet.  Em outubro de 1996, Björk finalmente desembarcou no Brasil , com shows marcados em São Paulo (12/10/96) e no Rio de Janeiro (13/10/96) , como parte do Free Jazz Festival . Fotos: ...

Debut, o primeiro álbum da carreira solo de Björk, completa 30 anos

Há 30 anos , era lançado "Debut", o primeiro álbum da carreira solo de Björk : "Esse disco tem memórias e melodias da minha infância e adolescência. No minuto em que decidi seguir sozinha, tive problemas com a autoindulgência disso. Era a história da garota que deixou a Islândia, que queria lançar sua própria música para o resto do mundo. Comecei a escrever como uma estrutura livre na natureza, por conta própria, na introversão". Foi assim que a islandesa refletiu sobre "Debut" em 2022, durante entrevista ao podcast Sonic Symbolism: "Eu só poderia fazer isso com algum tipo de senso de humor, transformando-o em algo como uma história de mitologia. O álbum tem melodias e coisas que eu escrevi durante anos, então trouxe muitas memórias desse período. Eu funcionava muito pelo impulso e instinto". Foto: Jean-Baptiste Mondino. Para Björk, as palavras que descrevem "Debut" são: Tímido, iniciante, o mensageiro, humildade, prata, mohair (ou ango...

Hildur Rúna Hauksdóttir, a mãe de Björk

"Como eu estava sempre atrasada para a escola, comecei a enganar a minha família. Minha mãe e meu padrasto tinham o cabelo comprido e eles eram um pouco hippies. Aos dez anos de idade, eu acordava primeiro do que eles, antes do despertador tocar. Eu gostava de ir na cozinha e colocar o relógio 15 minutos mais cedo, e então eu iria acordá-los... E depois acordá-los novamente cinco minutos depois... E de novo. Demorava, algo como, quatro “rodadas”. E então eu acordava meu irmãozinho, todo mundo ia escovar os dentes, e eu gostava de ter certeza de que eu era a última a sair e, em seguida, corrigir o relógio. Fiz isso durante anos. Por muito tempo, eu era a única criança da minha casa, e havia mais sete pessoas vivendo comigo lá. Todos tinham cabelos longos e ouviam constantemente Jimi Hendrix . O ambiente era pintado de roxo com desenhos de borboletas nas paredes, então eu tenho uma certa alergia a essa cor agora (risos). Vivíamos sonhando, e to...

Sindri Eldon explica antigo comentário sobre a mãe Björk

Foto: Divulgação/Reprodução.  O músico Sindri Eldon , que é filho de Björk , respondeu as críticas de uma antiga entrevista na qual afirmou ser um compositor melhor do que sua mãe.  Na ocasião, ele disse ao Reykjavík Grapevine : "Minha principal declaração será provar a todos o que secretamente sei há muito tempo: que sou melhor compositor e letrista do que 90% dos músicos islandeses, inclusive minha mãe".  A declaração ressurgiu no Twitter na última semana, e foi questionada por parte do público que considerou o comentário uma falta de respeito com a artista. Na mesma rede social, Sindri explicou:  "Ok. Primeiramente, acho que deve ser dito que isso é de cerca de 15 anos atrás. Eu era um idiota naquela época, bebia muito e estava em um relacionamento tóxico. Tinha um problema enorme e realmente não sabia como lidar com isso. Essa entrevista foi feita por e-mail por um cara chamado Bob Cluness que era meu amigo, então as respostas deveriam ser irônicas e engraçadas...