Quando Björk subiu ao palco principal do Coachella nos últimos dois finais de semana, a cantora surpreendeu os fãs com uma orquestra. Ela esteve acompanhada pelo maestro Bjarni Frimann e o Hollywood String Ensemble. Acima dela, um show especial de luzes de drones também preenchia o céu.
Em entrevista para Vogue, a artista islandesa disse que queria manter sua experiência no festival como algo mínimo desta vez:
“Na minha experiência, o que geralmente funciona em festivais são coisas enormes ou realmente despojadas, "baladas nuas. O material em meio a isso deve aparecer! Decidi não mudar o show "Orkestral" e nem empilhar visuais no palco, preferindo manter a simplicidade dele, mas adicionando drones no céu. Normalmente, as imagens dos drones são muito figurativas e assim por diante, mas eu queria formas mais arquitetônicas e físicas – com curvas baseadas na biologia, como células e microorganismos.
Não tendo nenhum visual extra no palco, meu figurino teve que falar tudo. Escolhi um vestido de Noir Kei Ninomiya porque os pontos techno [da costura] combinavam bem com os drones. O tema era todo sobre pontos".
Na segunda semana do festival, Björk vestiu uma peça de Clara Daguin de alta tecnologia, que apresentava 1.430 luzes LED bordadas à mão que reagiam ao som das canções ao ser controlada por um microprocessador com um microfone embutido.
Junto a todos esses looks estavam as headpieces desenhadas por James Merry, que também se conectavam ao show de drones. “As máscaras foram inspiradas no comportamento sônico”, diz Björk. “Eu e James conversamos muito ao longo dos anos sobre visuais baseados em som”.
As máscaras foram impressas em 3D a partir de diferentes tipos de resina, no Japão. “As máscaras da primeira semana foram inspiradas em ondas sonoras, espirais biológicas e estrondos sônicos”, diz Merry. “As máscaras da segunda semana foram inspiradas em espinhas de peixe, orquídeas e estames de plantas; Eu queria que essa máscara reagisse e mudasse de cor sob luzes de palco UV/azul específicas, transformando-a durante a apresentação para ter uma sensação subaquática bioluminescente", explicou o co-diretor criativo.
O maestro de Björk, Frimann usou looks de Valentino e Rick Owens no palco com ela. “Sempre busco fazer com que os looks de Björk e Bjarni se relacionem, por meio de looks interessantes e inovadores que reflitam seus estilos individuais e sua visão artística compartilhada. É revigorante ver alguém como Bjarni do mundo clássico, aberto a explorar diferentes formas de autoexpressão, incluindo a moda. Ver os looks ganharem vida em um palco tão grande como o do Coachella, usado por alguém tão icônica quanto Björk, é uma experiência emocionante. É sempre um desafio empolgante e inspirador trabalhar com ela. Ela é uma cliente dos sonhos, tem um conhecimento incrível sobre moda, além de estar disposta a experimentar. Para mim, foi realmente um sonho tornado realidade", disse Edda Gudmundsdottir, stylist da cantora islandesa.
Fotos: Santiago Felipe.