Foto: Santiago Felipe |
A Folha de São Paulo publicou uma matéria sobre o show Cornucopia. A convite da equipe da exposição Björk Digital, o jornalista brasileiro Rodrigo Pinto viajou até Glasgow, na Escócia, para assistir ao espetáculo. Ele também conversou com James Merry nos bastidores do show. Confira os principais trechos do relato.
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Aos seis anos de idade, Björk passou a caminhar, todo dia, 40 minutos até a escola. Sua família vivia numa casa de quarto e sala, num morro perto da capital da Islândia, Reykjavik. “Ouvíamos música o tempo todo, bem alto. Às vezes, chovia e entrava água no quarto. Meu irmão e eu botávamos um disco de vinil e, com baldes nas mãos, encarávamos tudo como uma aventura”, diz a multiartista.
Foi a caminho da escola que ela passou a criar melodias que até hoje ecoam em sua cabeça e formam o fantástico universo musical de Cornucopia, considerada por Björk sua mais elaborada turnê.
Ela é do tipo de artista que instiga seu público e se mostra antítese da era Trump —ou Bolsonaro— e do dito patriarcado que representam. Assim, prova que todos os adjetivos comumente dirigidos a ela —extravagante, excêntrica, temperamental— não passam de despeito e, possivelmente, machismo.
“Björk é persistente em ser otimista”, me disse James Merry, amigo pessoal dela, co-diretor criativo do show e criador das máscaras que cobrem os rostos dela, do septeto de flautistas Viibra e dos integrantes do coro Hamrahlíð. “Ela não quer assustar para provocar a mudança. Ela quer apresentar alternativas”, emociona-se Merry, quando, na sequência, Björk canta Future Forever no palco. O público aplaude, já de pé.
O co-diretor criativo da artista diz que a trupe está “louca para ir ao Brasil”. A última vez de Björk no país foi em 2007. Por ora, a mostra de VRs dela circula pelo Brasil, agora com entrada gratuita em Brasília (saiba mais clicando AQUI).