Em publicação nos stories do Instagram, o diretor Andrew Thomas Huang revelou:
"O final alternativo de Black Lake tinha a Björk caindo do céu, despencando de volta ao solo islandês e deixando uma cratera no formato do símbolo do Vulnicura. Essa cena foi cortada da versão final do filme, mas ainda amo o design de produção feito por Thorgeir Odinsson e sua equipe".
Antes das filmagens, o processo criativo se estendeu por mais de 1 ano, em centenas de reuniões. Em entrevistas para TIME e The Creators Project, Björk falou das gravações, que aconteceram durante três dias, em julho do ano anterior:
"Estava muito frio lá. Fiquei cantando ao vivo, andando descalça. As condições eram extremas, mas perfeitas para essa música. É provavelmente uma das mais viscerais que já fiz, então era essencial ir para aquele lugar.
Andrew, sua equipe e eu estávamos tentando encontrar penhascos que se assemelhassem a uma ferida, para que eu pudesse aparecer como se estivesse dentro dela. Essa história é meio que contada na paisagem".
Em 2015, Björk respondeu perguntas dos fãs através de um bate-papo organizado pela Dazed & Confused. Ela foi questionada sobre o motivo pelo qual o teaser de Black Lake da exibição no MoMa é diferente da versão final que conhecemos:
"Nós queríamos que o resultado ficasse cada vez mais cru e sem muitos efeitos especiais. Então, (o trailer) acabou sendo como a "capa do livro". Eu insisti em fazer longas tomadas, pois é uma canção que ainda é um mistério para mim, com necessidades muito precisas".
Para o sites milkmade, i-D, Creative Review e The Creators Project; Huang contou: "A primeira vez que ouvi Black Lake era uma demo, apenas esboços, mas enxerguei o que ela queria e fiquei muito animado com a oportunidade. Fizemos um ensaio bastante explosivo! Foi realmente incrível, pois estava muito confortável. Parte dela já tinha lidado com esse assunto, quando filmamos quase um ano depois do ocorrido. Mas um outro lado, ainda não tinha tocado "fisicamente" nisso.
Nunca pareceu que estávamos fazendo um videoclipe, mas sim um filme. A ideia era que, quando ela caminhasse pela paisagem, teceria a música no chão através de seus passos, com a coreografia de Erna Omarsdottir.
Era como pedir que revivesse seu divórcio diante das câmeras, repetidamente, gravando até as 5 da manhã naquelas locações. Para ela, foi tipo: "Tenho sentido isso há muito tempo, então preciso tirar de dentro de mim agora. Caso contrário, meu desempenho não vai ser nada bom". Não estava atuando, estava acessando algo pessoal na nossa frente.
Björk costuma criar muitas canções enquanto sai para caminhar, e nós queríamos que o filme fosse como essa viagem. Já vimos a Islândia ser retratada tantas vezes nas telas. Eu queria filmá-la no país durante a noite, pois senti que essa canção é muito noturna e dramática. Quis fazer daquele lugar o palco no qual ela apresentaria esta ópera.
O início na caverna, a parte mais intensa no momento em que sai de lá e o fim ao amanhecer, como um novo começo. Tinha que haver uma história, a típica jornada do herói, o ressurgimento como uma nova pessoa. Foi um trabalho tão íntimo que, em última análise, o efeito especial na verdade era a própria Björk".
Fotos: Reprodução.