Katrín Jakobsdóttir, a primeira-ministra da Islândia, disse em entrevista ao RÚV que Björk realmente a encorajou a declarar uma emergência climática em 2019, mas alegou não reconhecer que traiu a confiança da artista e da ativista sueca Greta Thunberg.
"Está claro e é absolumente verdade que ela me encorajou a declarar uma emergência climática nesta conferência e fez isso por meio de uma mensagem. Foi considerado, como eu disse a ela, e discutido em nível governamental. Nossa conclusão foi adotar uma abordagem diferente, ou seja, focar na ação climática. É o que temos feito desde então", explicou Katrín.
A resposta veio após uma matéria do The Guardian de agosto de 2022, na qual Björk comentou que ela e Thunberg tinham um acordo com Katrín. As duas esperavam que isso pressionasse o governo da Islândia a agir sobre questões climáticas, mas quando chegou a hora de fazer o anúncio, Jakobsdóttir desistiu:
"Eu meio que confiei nela, talvez porque é era uma mulher – e então ela foi lá e fez um discurso, e ela não disse uma palavra. Ela nem mencionou isso. E eu fiquei tão chateada”, contou Björk: "Eu estava planejando isso há meses!".
Alguns anos atrás, a cantora poderia ter ficado quieta e segurado a onda. Agora, sua decepção se transformou em exasperação: "Eu queria apoiá-la. É difícil ser uma primeira-ministra; ela tem todos os conservadores nas costas. Mas ela não fez nada pelo meio ambiente".
Questionada sobre as palavras de Björk, Katrín justificou: "Não me parece assim. É absolutamente verdade que ela me encorajou a fazer isso. Discuti nas esferas do governo se essa era a abordagem que queríamos adotar, e o resultado foi o que lhe descrevi. Queríamos enfatizar os resultados das ações em vez de declarações estridentes e, de fato, mais nações escolheram esse caminho".
Fotos: Santiago Felipe/Divulgação.